Monday, October 29, 2012
Contestação
Friday, July 27, 2012
Crescer sem nunca ser adulto
Thursday, July 26, 2012
"Adeus"
Monday, July 23, 2012
A chegada do Mestre entre a multidão - Parte II
O Nascimento do Mestre - Parte I
Wednesday, July 18, 2012
"Posso escrever os versos mais tristes esta noite"
Tuesday, July 17, 2012
Ser-se ateu
Tuesday, June 19, 2012
"Ter saudades do passado é correr atrás do vento"
Friday, June 08, 2012
Terra
Saturday, May 12, 2012
Simplicidade
E queremos todos ser importantes. Para alguem, para algo, em algum sentido. Tememos todos a morte, de uma maneira ou de outra, alguns conseguiram ultrapassa-la, epicuristas refinados na sua tese oculta de viver, conscientes ou não. Aprenderam a guardar carinhosamente os pequenos prazeres da vida, sejam eles o que forem. Temos todos de ser um projecto para nos e para os outros, é preciso que alguem aposte em nós naqueles instantes em que sentimos uma densa empatia pelo cavalo de corrida coxo que está só. Somos esse cavalo. Precisamos que alguem tenha o orgulho a depender da nossa postura.De ser uma inspiração para alguem, meia razão de uma salvação .Bem, pelo menos, algum de nos.
Simplicidade. O básico da essência humana é simples. Procura, encontra, rejubila-se, irrita-se, entristece-se. Ocasionalmente chora, esforça-se por rir o mais frequentemente possivel. Mas nada disto é simples, se procurares o porquê profundo, submerso, terás uma melhor e mais nítida imagem de ti – que é o que verdadeiramente procuras- e pouco mais que isso. Não julgues que é pouco. Já viste tudo o que se torna permitido fazer quando te conheces a ti? Podes rir mais alto, fazer com que a lágrima acalme a tua dor, conhecer o teu semelhante, saber onde erra o mundo, ah! tanta coisa.Simplicidade profunda complexa. É o que falta ao mundo. Acendo o cigarro, ouço música, deixo-me envelhecer numa florida juventude, activo numa aparente passividade sem moralismos, apenas ponderadas ideias que me ficaram da experiência. Pensar.
Wednesday, April 04, 2012
Fumar
Porque não preciso dessa densa irresponsabilidade para carregar , docemente, esta loucura. A loucura está em mim não numa qualquer rua perdida entrelaçada numa qualquer noite que, se fores a observar minuciosamente, foi igual a tantas outras.
Tenho todos os vicios que guardo afecto debaixo da pele e os teus vicios eram apenas semelhantes aos meus, não estavam assim tão proximos. Porque os concretizas para calar uma qualquer dor que encontras em ti e tens essa dificuldade cobarde em enfrentá-los no reflexo e eu não. São também a minha vida, parte de minha carne, se não tivesse vicios , viver me não saberia tao bem, é exactamente o momento em que os concretizo e que perco o paraiso espiritual que abraço a paz existencial. Faço-me Homem porque dão-me extraordinárias capacidades, os pequenos vicios. Sinto-me igual aos poetas e aos músicos e aos herois e a todo e qualqer homem comum, somos todos comuns, contrariar isto não é gastar a vida numa boémia linha de pensamento que tende a ser oca. Como tu fazes.
Porque só sou irresponsavel porque sou Homem, está-me no musculo mais inato que existe em meu corpo. Mas porque sou responsavel pelas consequencias que advem, não sou igual a ti. Tenho os meus vicios que são os teus vicios, mas não me orgulho deles, apenas tenho prazer em pratica-los e guardo esse bem-estar na incosciente memória. Tornam-me homem porque sinto a vida.
Tenho o maior vicio de todos, a causa de todos os vicios- tenho o vicio de viver, o mais humana e sabiamente possivel. E , essa, é toda e qualquer diferença que entre nos se instala. Eu sou absolutamente feliz na minha consentida efemiridade.
Tuesday, February 14, 2012
Inovação
E podes calar-te ou podes insistir em criar ruído – sou feliz no meu melódico silêncio. Amo a música porque é toda a essência que me conheço. E tudo o que desejo é uma morte que me não envergonhe. Só quero saber viver.
Penso quando penso e penso abstractamente quando não penso, penso sem pensar. Penso com toda a sensibilidade artística para o mundo que consigo encontrar em mim.
Por isso mantém-te no silêncio ou persiste no ruído, simplesmente, me não importa. Existo. Bebo a vida e à vida. Sou feliz. A tristeza do mundo é só necessária para ofereceres à arte um encanto humano de tão profundamente sobre-humano. E para aproveitares numa intensidade desenfreada consciente os dias cheios de um Sol que te limpam o espirito de cicatrizes que já não fazem sentido.
Não quero pensar sobre o se , o se é uma porta para um conceito de nada alheio – já fiz. E sou rei de mim proprio.
Tuesday, February 07, 2012
Envelhecer (Parte III)
Ele amava-a, como nao amar? Eram correctamente complementares. A essência do ego era semelhante, a forma de o colocar activamente no quotidiano era contrastante. E ela amava-o, admirava-lhe as cicatrizes, a arte de sobreviveer crua e firme. Inspirava-se nele. E ele via nela uma beleza suave mas forte. Nao havia qualquer fragilidade, ela nao era volátil na sua efemeridade. Podia nao ser uma fonte de inspiração, mas era, sem duvida alguma, um instante reluzente que o fazia sentir-se ele , sem as cicatrizes profundas da sua essência.
Mas nunca lhe reconheceu a elegância do pensamento ou a arte de saber viver modesta e aristocratamente. Nunca lhe reconheceu a astúcia humilde e sensivel que protegiam o ego. E, um dia, o Inverno foi rigoroso, de neve suave, frio desumano. Ela vestiu o seu casaco quente e correu para a neve. Ele entristeceu-se e queixou-se do frio. Ela tentou explicar-lhe o que de tão encantador havia na neve, no frio. Ele disse-lhe que nao queria saber. Disse-lhe que todos temos que crescer um dia, envelhecer. Ela já era demasiado adulta para brincar na neve, devia ganhar consciência de que o frio congela o corpo, de que o Inverno deprime porque é triste.
Monday, February 06, 2012
Saber Viver (Parte II)
Ela era algo de novo. Nao que trouxesse consigo uma inteira nova ideia. Nao. A novidade que trazia era a forma como se mostrava firme no amor que dedicava ao seu ego. Mantinha um bom egocentrismo, um bom individualismo que olhava ao colectivo. Ela era algo de novo na forma como articulava o porquê. Trazia consigo o mesmo vento alheio mas dava-lhe um nome diferente. E já nao era um vento comum – era o vento dela.
E sabia apenas só o que sabia, procurava saber mais em todas as esquinas de todos os instantes. Era esguia e aristrocata no pensamento que defendia, jamais dizia tudo o que sabia, jamais a venciam em qualquer duelo facilmente. Dedicava-se sempre a conhecer bem o seu oponente. Ela era melhor porque acrediatava firmemente e sem hesitações que o era. Mas mantinha-se em movimento, em constante renovação, no dia que parasse, deixava de ser autoridade de si própria.
Um dia, o Inverno foi rigoroso, trouxe consigo neve e um frio desumano. Ela vestiu o seu casaco quente e abriu expectante a porta. A neve era suave e amigavel na sua mao. Deixou-se encantar, o pensamento perdeu-se no manto branco. Imaginou. Porque a sua peculiaridade era olhar para o que todos veem e responder a um diferente porquê.
E sorriu. E foi feliz intensamente naquele instante. Em que sentiu a neve na sua pele, na palma da mão . O frio só a incomodou depois. Foi algo de extraordinário. Ela era algo de novo. Mantinha o espirito jovem. Jamais se contentava com um qualquer consolo. Ela desejava ser ela. E via arte em todos os recantos. Viu arte na neve. E foi intensamente feliz naquele instante intemporal.
Falta de Coragem (Parte I)
Thursday, January 26, 2012
Queda de um Ícaro
Mas nunca tive eu essa tristeza, de não viver, de estático observador da vida que é minha. Errei e corrigi, se me feri, não teve outra hipotese a ferida para alem de cicatrizar , continuei vivo no dia seguinte. Porque estou vivo e quero viver, jamais não vivi. Posso ter vivido mal, escolhido o que era errado ( mas o que é o correcto?) mas escolhi. E vivi. Essa tristeza, meu amigo, não é minha. É tua. A tristeza de não viver ao viver a vida no limite, precisar o pormenor que consola o espirito e generalizar e maximar toda uma excentricidade humana numa boémia ideia que julgas que te esconde e protege do mundo. É uma tristeza que é tua.
Monday, January 16, 2012
Celebração da amizade
Bebamos à vida, à arte de saber viver para alem de existir que está tão entranhada na nossa essência. Sabemos viver, esqueçamos hoje a morte porque não está ela entre nós. Aproveitemos o dia esventrando a essência de se ser feliz na simplicidade luminosa de um discreto e tímido raio de Sol que aquece e ilumina. Porque não estamos sós, a tua solidão acompanha a minha e, o consolo que fica é o conforto da honesta amizade, saúde muscular para a mente e para o espirito.
Esqueçamos, hoje, as intermitências oblíquas da vida, bebamos antes ao acto de viver, bebamos ao prazer de beber, bebamos aos simples prazeres da vida. Bebamos ao gosto de viver em boa companhia. Celebremos a amizade, hoje, e esqueçamos tudo o resto sem deixar de o recorda. Bebamos hoje à verdadeira amizade que se aquece entre nós. Bebamos à vida.
Separação
Porque canto a vida, meu amigo, canto a alegria de viver em cada melodia de cada esquina. Quero o dia cinzento para o sol se alongar mais intensamente no dia seguinte e me prencher Quero a oprtunidade em movimento, a dinâmica do ideal viva em cada pedaço de chão. Nada está cumprido até o ideal chegar e a minha morte é apenas uma certeza da persistência de minha essência. Não é uma existência mórbida ou dramática.
Mas tu, meu amigo, que existência é essa que te move numa ironia aguçada cheia de uma sensibilidade estrutural que não moldas ao teu ego? Findas num destes dias nessa brusca separação entre a agressividade que exprimes e a tristeza que julgas que escondes. Findas num desses dias cinzentos em que eu canto a melodia da adrenalina de viver. Há um oblíquo denso caminho no qual te perco. A existência precede a essência.