Friday, June 13, 2008

Some kind of Monster

A raiva fria e pura dava-lhe uma adrenalina alucinante, uma vontade viver e de existir metalicamente, belicamente. Os olhos ganhavam um brilho especial pela loucura lúcida, pela guerra que ira ser ganha pela força bruta e violenta do sonho quebrado e violentado.
As mãos tinham mais força, mais ódio, mais orgulho e mais confiança e ameaçavam estrangular – mas nunca matar - quem visse nele a flor de lis e quem o condenasse. A cicatriz no rosto era inalterável e ele garantia que tudo o que o personificava era indefinidamente eterno porque a dor também fazia parte dele, já que o trancaram na torre mais alta da existência com ela.
A liberdade dele é apenas um sonho – e ele sabe-o, sabe que todos o prendem com cordas de ferro e sabe, que, quando quer, parte-as com a força do ódio e da vontade de existir.
A raiva fria e tão pouco emocional levava-o a tornar-se em rituais sangrentos mas não fatais e o silêncio foi para sempre expulso do seu Universo . Ganhou voz quando aprendeu a orgulhar-se em ser um Monstro para os outros, Monstro que os diminui porque é, claramente, mais e melhor.

Thursday, June 12, 2008

Sonho Azul - Ondulado

A brisa quente aquece o
Fogo congelado mas não o derrete.
O pesadelo esta aqui sentado
Mesmo quando os olhos estão dormentes.

A areia desfaz-se nas mãos mas o coração guarda-a.
O castelo permanece em pé por forças transparentes.
O pesadelo transfigura-se e a
Realidade dá lugar ao Sonho.

E o fogo descongela á medida que a brisa
Refresca a pele sangrenta.E os olhos fechados
Cheiram o mar.


WinGs

Wednesday, June 11, 2008

O dia em que descobriu os Metallica

Os olhos ganharam uma cor diferente por causa do brilho. Exploraram o mundo que sempre conheceram mas nunca viram. O coração não se fez sentir porque a beleza foi descoberta pelo raciocínio e não pela pele.
O sorriso foi impossível de ser inibido porque estava debaixo dos nervos. Mas não é um sorriso como os outros, é o sorriso verdadeiro, o meio sorriso dor reconhecimento. O sorriso que advêm da infelicidade, porque só os infelizes procuram algo (e naquele dia foi encontrado)
O dia estava quente e lembrava manhas eternas e áureas passadas na praia. Talvez fosse à praia no dia seguinte. E só era capaz de ir porque via mais claramente a sua sombra. Sentia-se bem porque, pela primeira vez em muitos anos, o mundo fazia-lhe sentido. O desconcerto do mundo, afinal, não o enquadrava e ele fazia questão de nunca se enquadrar no mundo.

Sunday, June 08, 2008

O Fim ( Parte 3)

Explosão

Ferir é inerente á combustão humana.
Tu, rasgaste -me a pele, falhaste o coração,
Não podes esperar aniquilar um exército.

Até a flor é bélica, se a ensinares
Em parte o mundo depende da textura
Da sombra com que o amas.
Mas não esperes dominar-me a mim,
Existo para o azul do mar e vivo pelos
Grãos de areia. Não esperes ter o direito
De me amar ou ser amado por mim.

Feriste-me. Duramente.
Mas tenho habito á dor. Nao
Procures descobrir o que não existe -
Em todo o Universo, não encontras
Uma única lágrima derramada por ti.

Saturday, June 07, 2008

O Fim (Parte 2)

Ruína

Agora que viste as minhas lágrimas,
E que tocaste nas marcas da tortura
Procuras a minha mão.

Não chega. Invadiste-me,
Arruinaste-me. E um dia
Um de nos partirá.
Se for eu,
Nunca regressarei. Se fores tu
Regressarás sempre tarde
( E não regresses por mim!)
O momento de ilusão sentimental
Exige o meu coração. É uma troca
Que não posso fazer.

Arruinaste-me.
A escolha não existe.

Thursday, June 05, 2008

O fim ( parte 1)

Abandono

Quando te fores embora,
As estrelas apagam
E a noite abandona-me.

Não peço,
Para morreres comigo.
Dou-te o melhor que tenho.
A minha ausência
Talvez te salve.

Fecho os olhos.
Amar nunca foi
Fácil. Parte e
Deixa-me só.

Wednesday, June 04, 2008

Sad but True

O calor aquece a pele, mas as mãos estão igualmente frias. O frio que vem de dentro so o tempo calcário o ameniza.
Lamento, tenho ainda força porque a cada rasgão aberto um ligeiro sentimentalismo nascido da compaixão bloqueia-se. Tenho ainda resistência porque sou assim, sou também a guerra, a luta pela persistência da minha própria existência.
Tão depressa não me vencem totalmente. Sobretudo, porque nasci quase para perder , tenho ainda mais motivos para não deixar que me liquidem.
Lamento, é verdade que tenho frio mas roubaram-me o Sol já ha muitas noites vazias . Tenho um certo hábito ao frio e á dor. E o tempo amenizá-lo-á. Não é a primeira luta perdida que entro e que conquisto probabilidades de ganhar. A matemática não tem tendências porque é exacta e a minha tendência é a precisão.

Tuesday, June 03, 2008

Adeus

O fim é sempre estranho. Nem sempre é doloroso e nem sempre é clasutrofóbico, mas é sempre uma brisa quente e livre de uma noite de Verão de lua cheia. É um mistério, um paradoxo.
O fim é sempre um começo. De algo. Mesmo a morte é um começo , enterram-se lágrimas inúteis e resgatam-se para a vida novos hábitos impossíveis de serem renegados. A morte é um começo para os vivos que ficam e vêem um barco – mais um – afundar-se no mar , tendo consciência que nunca mais voltará a tocar a terra que guardou o seu sangue. O fim é sempre o começo de algo, nem que seja do nada. Ainda não é Verão e a noite é escura como uma gruta grande, fria e estranhamente bela. É a mistura do caminho que ficou para trás e o caminho que ainda pode ser escolhido. É a escolha entre a memória e o coração futurista. O fim é indomável, mesmo quando parcialmente previsto, deixa um olhar de espanto e estranheza no céu azul aberto enclausurado por nuvens cinzentas de chuva.
É verdade, este é o fim. Do ciclo, da era, desta responsabilidade. É o fim, o mais esperado, o mais desejado. Este é o fim, que salvou mentes desesperadas da desistência, que deu alento e conforto aos que nunca descansam. Este é o fim, e no entanto, há quase a vontade de começar de novo só por uma questão de medo. O desconhecido é sempre tenebroso e só sabe enfrentar dignamente o medo e a hesitação os que sabem que nada são.
O fim é sempre algo misterioso, sim, mas não começava nada de novo. Há que enfrentar o medo e percebe-lo. Alem disso, nem sequer me dói este fim. Sonhei com ele demasiadas vezes, salvou-me da escuridão várias luas sangrentas. Tudo o resto é uma preguiça emocional de dizer que acabou. A despedida implica gasto de energia ( inútil, sim, talvez inútil, porque está implícita no ângulo do sorriso que se afasta para a penumbra). Sentimentalismo são sempre inúteis. As minhas palavras não tem magia, por isso cito o poeta que faz do poema uma flauta mágica: “O passado é inútil como um trapo. E já te disse: as palavras estão gastas. Adeus.”

Monday, June 02, 2008

Guerras

Se explorares moralmente o ódio e a raiva bélica, pelo menos, levantas-te da cama e enfrentas o mundo sem vergonha de seres tu. Se controlares o ódio e não deixares que o sentimento de vingança crua te domine, a tua existência torna-se bélica e os Outros farão tudo para te tentarem derrubar desonestamente (e serão sempre vencidos pela transmissão da verdade pacifica e calma).
O amor é o melhor de todos os sentimentos, é o que torna o Homem Deus e o que faz de Deus um simples pedaço do coração, o pedaço que traz milagres ao mundo e que amansa o mar. Mas é o sentimento simples e naive, o sentimento da fragilidade porque é a carência humana proveniente do esforço da evolução. Encontras a razão do teu sorriso no amor, no teu bom carácter e na tua mão amiga tão quente no amparo. Porém , é a resistência e a vontade intrínseca de vencer que te mantêm acordado, que te da alento. O amor é o suporte, mas em parte, a raiva fria e ensanguentada, orienta-o. Se não te magoarem, não magoas ninguém, se não te vencerem, não vences ninguém. Se não te tivessem tentado enforcar, não amarias intensamente a Lua e não eras tão forte psicologicamente. A tua mente é crente em ti. É o mestre que te criou e que te educou, disciplinou-te para o mundo. É o pedaço de ti que uniu a injustiça que sentes ao ódio que tens em ti .
Exploras humanamente o ódio. Apontas a faca bem afiada e ameaças abrir sem hesitação a carótida de um dos Outros , mas nunca em momento algum cortas. De tudo que te enaltece e que te torna grande, nada humilha e revolta mais os Outros do que o teu bom carácter . Nada te domina e nada te controla, nem os teus próprios sentimentos. Nada os aborrece tanto como o teu gozo contínuo com o complexo de inferioridade deles. E, confesso, nada me diverte tanto como o teu riso silencioso que vejo nos teus olhos enquanto brincas com a faca.
WinGs