Wednesday, December 21, 2011

Ensinamento

Se algum dia compreenderes, a indvidualidade não implica o peculiar e prestigioso sentimento de se ser especial, fundamenta-o. E a dificuldade da vida é o prazer de a viver, precisas de um ego que experimente e que se experimente no mundo para teres uma existência que respire em plenitude.
Se algum dia compreenderes que te compreendo e te não posso desculpar so porque vejo de que cor é a tua dor e qual é a tonalidade da tua essência. Te não posso desculpar por empatia genuína. Um erro é sempre um erro, eu tenho os meus, disciplinei o meu olhar para se tornar optimista e tornar a miséria util, de forma humana honesta , sem dramatismos pateticos. Se algum dia compreenderes que já cresci, já tive esse momento em que afundei a minha melancolia cheia de raiva surda na irresponsabilidade e na loucura.Deram-me a consequencia grave e moribunda de uma causa que não pedi e não mereci, era injusto te-la, era injusto fazer nada. E depois a vida passou por mim porque me droguei no êxtase e, quando a consciência me dominou, procurei a orientação responsavel cheia de uma sabedoria epicurista porque experimentei todas as sensações. Ninguem me levou a sério, era apenas louco e todos os loucos são inconsequentes.
Mas eu vi a tua procura pela mudança, ofereço-me sempre para te ajudar a estabilizar a turbulência da drástica alteração no teu ego. Mas me não mistures com eles só porque não assumo oficialmente que identifico a tua desgraça porque tive uma semelhante. A individualidade não implica especialidade eficiente em ser melhor que qualquer coisa. Ser diferente é apenas ser diferente, és tu que tens de fazer algo excepcionalmente bom com isso. Eu compreendo-te mas já sei quem sou e o lamento não ser.

Tuesday, December 20, 2011

Surrealismo

É o sublime encanto do conto, o prazer de ler uma história. Inspira ao inovar a imaginação, torna possível aquilo que negaste na desilusão de teres tomado como inalcançável. Uma boa história dissolve a realidade na imaginação por ter a arte de focar um instante que não aconteceu mas poderia ter acontecido, de tornar esse instante audivel exacto sem que ele tenha ocorrido, um paradoxo que se torna válido visivel.
E és uma história, mais uma, cheia de um caracter profano quotidiano. Trazes contigo a beleza que conquistaste numa determinada era, o amor é volátil e denso. És um pequeno conto, se ninguem imaginasse que uma especifica ideia se podia instalar, tu não existirias. (Ver-te sem te reconhecer porque me não pergunto sobre o que te move)
E importa pouco se é um final cheio de felicidade ornamentada com mérito e prestígio ou um final com tonalidade triste preenchido por uma lógica incisiva de que tudo é exactamente o que é, ver a restrição da imaginação onde ela mais voa. Liberdade de existir é uma restrição em si. Importa que termine de forma a que faça sentido e movimente uma ideia.
É o suave sorriso do ego depois do conto, deixa-te a pensar. Mas tu tambem és um conto. Os bons momentos foram bons e os maus foram maus, o pragmatismo da realidade é o que lhe permite encanto, não tens de ser objectivo oblíquo , podes imaginar que imaginas.
Eu imaginei-te e só me importa a minha ideia, no final, quero que o conto que és justifique o caminho que quero crer que percorri. Mas oferece-me um final qualquer, entende, o que sempre me atraiu nos contos nunca foi o facilitismo de um fim que me aquece o espirito. O conto aquece a essência humana individual, suporta e sustem e eleva todo o meu ser a um outro nivel.

Monday, December 19, 2011

What a Wonderful World

Eu sou eu, um objecto em dinâmica contínua , parte integrante de um movimento que me altera e que vou alterando, suavemente, na proporção do meu tamanho e da minha relevância. Sou uma ideia que defendo activamente e que me caracteriza enquanto a personalizo, sou a oposição consciente incisiva na corrosão do ideal que desprezo.
E sou uma fonte de erros, de falhas e de incoerências antroplógicas cheias de uma lógica rigorosa ampla e humana porque sou egocêntrico equilibrado no optimismo do reflexo que identifico como meu. Sou uma reserva compactada das inovações que me favorecem ao oferecerem-me um lugar cheio de mérito existencial no mundo. Sou uma essência individualista arrongante, acredito que a minha ideologia tem , pelo menos, tantas hípoteses de estar correcta como qualquer outra.
Eu sou eu, apenas eu e, no final, sou apenas eu , que existe contigo em dinâmica contínua numa rede densa e suave de afectos que se nunca quebrou. Porque sou uma fonte de qualidades que se ornamentaram e que se tornaram mais elegantes no pensamento na coexistência uníssona contigo, desde sempre; sou, em alguns instantes, uma versão diferente de ti ( porque a existência precede a essência).

Friday, December 16, 2011

Desintegração

A interpretação do significado do conceito da palavra que já é uma interpretação em si. A confusão que fica do desentendimento na consciência de que o mundo não é apenas uma estrutura lógica correctamente organizada de forma a fazer friamente sentido. E o que é bom ou o que é mau perde-se na interpretação intimista pessoal dependente de cada experiência vivida.
Perdeste a vida na desintegração absoluta abstracta do porquê e foi assim que existir atingiu o apogeu na tua pele, a experiência após a experiência. Pedirem-te para ignorares o porquê é pedirem-te para não viveres, não há nada de puramente lógico na tua procura da razão inicial, curiosidade sensível da essência humana.
E o que não cabe no porquê é irrelevante, se não compreendes o fundamento matricial é porque o não vês inatamente e ele não te soa real. No final, as coisas são exactamente o que são, consequencias de viver para alem de ser espectador passivo de existir.
Não há sacrificio. Não há uma perda absoluta. A interpretação da palavra é a tua forma de ver o mundo, é o teu olhar, tudo é dinâmico e, se te não compreendem, é porque o teu ego original não é real. Perdes a vida a vive-la no clímax, a tua tristeza e a tua alegria são uma mesma coisa.