Tuesday, August 09, 2011

Unhappy Girl

“Sempre pensei que o amor fosse complexo. É tao biológico quanto é racional. É tão creativo e inovador quanto é antigo. É tão humano quanto é animalesco.. É o mais denso pensamento existencialista; é o mais elaborado narcisismo que acaba por alcançar ferozmente o altruísmo. O mundo alimenta-se deste amor que é sustentado por um peculuiar e puro egocentrismo.
Mas o Amor é simples. Amo-te apenas porque tu és tu, um inteiro ser que é um Universo caoticamente organizado só para mim. A beleza do teu rosto não deixa tambem de ser desenhada pelos meus olhos. E amo-te com a complexidade que existe na suavidade do mar de uma tarde de Verão. O Amor é volátil e é efémero como uma flor.Amo-te apenas porque tu és tu.”


Ele dobrou de novo a carta, as palavras dela tinham sido verdade, o já não eram. Não, não o eram para ele. Mas as palavras, aquela inutil folha de papel guardava perfeitamente a essência dela. E ela era única , era dual. Vivia do que sentia, vivia da melodia que o mar lhe cantava ao ouvido, vivia de sensações extremas e da consciência no final da noite. Vivia da tristeza em paralelo com a alegria. Ela vivia da vida que germinava dentro dela, era única. Era dual, tao melancólica e tão carismáticamente alegre.
Ama-a ainda, por isso. Ama-la-à sempre, mesmo quando o amor se esgotar, ama-la-à sempre. Porque ela libertou-se da dor daquelas palavras , resumo de um futuro sem futuro, ao escreve-las. Naquele pedaço de papel respirava o coração dela. Ela tinha um elegante e melódico conceito de arte. Mas ele não. A única arte dele era ela, era o perfume dela, era a essência dela e ela já tinha partdo. Porque ela percebia e vivia da arte e ele vivia numa realidade organizada , fixa e imutável onde não mora a ideia improvavel.