Thursday, March 24, 2011

Rosa Perdida

O lugar vazio de um sítio que nem sabias que era importante, porque às tantas és melhor do que esperavas ser. O mundo tem esse impacto em ti, dá-te o sonho e o sabor do sangue.
Mas o Amor é mesmo o melhor que existe na essência Humana. E depois de tantos dias compridos e cheios de uma massiva tristeza, os esverdeados olhos esperam-te num abraço que só te cura as feridas se for o abraço dela. O precipicio de onde so saltas se aqueles braços te segurarem o folego. Porque há sensações pelas quais vale sempre a pena morrer, morrias para sentir os teus dedos entrelaçados nas manchas sedosas do cabelo. O sentimento de paz que te surge quando a silhueta se destaca da multidão e tu a identificas. Por mais densa que fosse a multidão, identificarias aquela silhueta em qualquer momento.
O lugar vazio de um sitio que nem te apercebeste que se colava ao teu coração enquanto quebrava a dureza do teu ego. E acabas por te encontrar no espelho com uma consciência mais fina. És melhor do que sempre julgaste que eras, melhor do que o melhor que desejaste ser. Porque o Amor é esse sopro de final de tarde Verão quente , enquanto as tuas mão memorizam a essência do mar.
Amachucou o papel na mão. Que importava? Enconstou para trás a cabeça e acariciou a longa barba branca. O lugar vazio de um sitio que nunca se apercebeu que játinha sido queimado há muito tempo, há quase tanto tempo como aquelas doces palavras que lhe voaram do peito para ela. Antes de ela nao querer saber , nao entender o valor. Antes de ela querer comparar o amor que ele lhe tinha com a vida ordenada e banal que sempre desejou a seguir ao seu típico celestial e aborrecido casamento.
Amachucou o papel e levantou-se. Depois de terem passados tantos anos, a dor era igual. Atenuou mas continuava latejante. Nao lhe doia que ela o tivesse deixado. O que lhe doia, desde aquele dia até hoje, era ele te-la amado.

Saturday, March 12, 2011

Desprezo

O som do meu riso ocupa, quase involuntariamente, esta sala quadrada que me dissipa a raiva que se vai misturando com o sangue, colando ao ego. Porque, no final, meu amigo, so me apetece olhar-te, ver quem és. E rir-me. É involuntario, acalento no meu espítito a ideia firme de que és uma vergonha ate para esta triste sociedade; és um atraso ate para quem já morreu neste tempo cinzento.
Oh! Não comprimas os músculos como se a tua dor fosse imensa, uma dor nunca é patética e sempre me orgulhei de não ser cruel. A dor, para ti, é quando rejeitam a oportunidade superficial e estúpida de preencheres o vazio que esse complexo de existencia deixou na tua essência. É que, meu amigo, nem sequer és cruel. Ou perspicaz. Ou movido por algo que imponha qualquer tipo de respeito, não é tudo tao pouco que , sinceramente, oiço o meu proprio riso onde julgava viver um consentido desprezo.
Ah! Outra vez, o teu eterno e ruidoso sentimento. Honestamente, deixas-me saudade da cruel e fria forma perspicaz como esta sociedade , as vezes, aniquila ideais e esventra egos demasiado bonitos para poderem viver aqui. Porque? Ah é tao simples, eles ao menos evocam respeito pela forma inteligente como se movem numa massa cinzenta baça abstracta a que se chama multidão. Ao menos eles puxam a evolução à força de a negarem. Tu puxas nada, reclamas nada. Sofres nada. Vales nada.
Por isso, meu amigo, meu inutil e oco amigo, ironicamente oiço-me a rir abertamente da tua patetica existencia. Após aquela irritação , so vejo um palhaço triste a continuar o seu patetico e feio espectaculo quando o publico já o rejeitou e já abandonou a sala.