tag:blogger.com,1999:blog-349196262024-03-08T14:59:23.677-08:00the Icarus wander"The limits of my language mean the limits of my world."pantalaimonhttp://www.blogger.com/profile/14326464346027874538noreply@blogger.comBlogger421125tag:blogger.com,1999:blog-34919626.post-50553956609357109622018-06-22T03:26:00.001-07:002018-06-22T03:28:56.621-07:00Nada anseio e nada desejo<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Nada anseio e nada desejo,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Sou uno com este mundo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Sou livre e sei-o.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Não sou o profeta do Messias por vir,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Nem um soldado da pequena revolta do amanhã;<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Não sou o último filho pródigo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Que sustém a felicidade da vida<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Que rasgas inocentemente na ignorância<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Autoritária de quem defende<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Uma premissa máxima vazia:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Hoje sou apenas eu,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Aqui sentado no meio de uma cidade<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Que me é estrangeira,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Que é distante e que é disforme,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Mas que me abriga.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Nada anseio e nada desejo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Se lutas,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
É porque uma ideia se perpetua no teu espírito,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Cícilica e mutável como as estações do ano,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Coincidente com a epiderme do teu ser.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Se sou profeta do Messias por vir,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
É porque sempre soube ser feliz<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Num dia de Sol aberto:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Tem de haver um dia de futuro.<o:p></o:p></div>
<br />pantalaimonhttp://www.blogger.com/profile/14326464346027874538noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-34919626.post-18750141395068808282018-02-10T09:18:00.002-08:002018-02-10T09:18:44.341-08:00Cântico do fim<br />
<div class="MsoNormal">
Não te odeio, não tenho em mim força<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Para conseguir odiar-me tão profundamente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Mas há uma tristeza latente e férrea vinda<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Dessa desilusão profunda<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Que é olhar-te e ver um rosto sem futuro,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Um caminho que leva a lugar nenhum,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A mais eloquente moderna cidade<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Abandonada sem estar terminada.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Não te odeio, talvez te lamente<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Como se lamenta um morto <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Que ainda está vivo,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A cada segundo cessa essa persistente<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E ténue esperança<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
De que regresses à vida e abraces o que é teu,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
(Um futuro real para se vestir)</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A cada segundo cumpro o teu velório,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Matando-me e rejuvenescendo,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Num rosto com futuro incerto<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E triste.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A cada momento deixo-te a minha ausência<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Para te fazer companhia,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Porque é teu desejo aqueceres-te de gelo frívolo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E eu deixei de encontrar em mim<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Esse mundo fantástico e impossível<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Que te queira dar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />pantalaimonhttp://www.blogger.com/profile/14326464346027874538noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34919626.post-79557156703762691962018-01-19T06:41:00.001-08:002018-01-19T06:41:48.094-08:00Carta ao Mestre<div class="MsoNormal">
O sonho é ser simples,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Tão simples como uma flor é efémera,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Tão oblíquo como o Sol,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O sonho há de ser simples porque não se teme <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O fim, o sofrimento, a morte<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Isso não é controlável e é inquebrável<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E tudo o mais são pequenas ilusões <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Que te dão uma noite de sono falsamente tranquila<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
É o diabo quem vigia a tua alma.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
(E que pobre diabo é esse que se contenta com uma existência
condenada<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Quebrada, assim, na auto-violentação<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
De uma consciência cheia de triste e passiva resignação,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Que pobre diabo não há de ser esse…)<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
É verdade que por vezes penso e penso,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Naquilo que sei que não devo:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Nascem em meu peito sofrimentos atrozes,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Memórias exóticas e aromáticas, longíquas cheias de
mentiras,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Lugares que nunca visitei, alegrias extenuantes,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Paixões suaves, felicidades alheias<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
(todo um real desejar ser)<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mas, depois, recordo o meu Mestre<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E paro para ver como o céu é azul<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E o mar é tão infinito e eterno<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E que tudo é apenas o que é<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E que tudo permanecerá depois da minha morte:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Não sou eterno, mas sou eu,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Sento-me e sou feliz na respiração<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
De quem se basta<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E fica entregue à imensa alegria amena do possível<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
(O meu ser pleno e feliz, calmo como a mudança das estações,<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Como o Mestre disse).<o:p></o:p></div>
pantalaimonhttp://www.blogger.com/profile/14326464346027874538noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34919626.post-37571796514349960872018-01-01T09:34:00.000-08:002018-01-01T09:34:09.002-08:00Carta do Solitário<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O mundo tem culpa, aliás é ele o verdadeiro responsável. Não
que importe, acabou, que mais posso eu fazer? Nem tu podes alterar coisa
alguma. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Um dia voltarei a ver o teu sorriso, aberto e simples. Não
será perto de mim para o sentir como dantes. Estará lá apenas a minha sombra
para contemplar a tua grandeza modesta, para garantir que o amor terminou. E um dia talvez até te esqueças de mim, como
o vento que nunca se acomoda num lugar especifico. Como o coração é o de Orfeu,
desdenhei a Eurídice para a não ver morrer.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E nada mais há a fazer. Nada tenho a perder, tudo o que me
importava partiu com o vento. Acabou e esgotei a minha última lágrima
inutilmente porque não ta dei. </span><o:p></o:p></div>
pantalaimonhttp://www.blogger.com/profile/14326464346027874538noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34919626.post-43081246557159055192017-09-25T02:32:00.000-07:002017-09-25T02:32:19.602-07:00Decadência<div class="MsoNormal">
Amei-te é certo, mas queria ser o Inferno e regogizava-me<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Com o meu ser enquanto uma personificação do diabo:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Um assertivo um que tentasse o bem do mundo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Apenas por uma outra forma.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E isso não se espelhava no teu olhar,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Cheio de esperança e de tranquilidade e de um doce ingénuo
entusisasmo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Próprio de quem começa a amar e é demasiado jovem<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Para ver que a crueldade do mundo muitas vezes<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
É apenas a infelicidade de um dia de chuva<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Que alguem não soube conter dentro do peito<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E ao culpar o universo, quebrou-o.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Amei-te é certo mas tinha uma guerra para ir e para voltar,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Triunfante e vitorioso;<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Tinha reconhecimento para receber e poder para usar e mudar<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O pequeno mundo onde vivia;<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Tinha uma vida demasiado grande para caber num sonho
perfeito,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Um sonho teu inocente,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
de quem julga que um fósforo faz frente a um Inverno
rigoroso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Amei-te tanto que nunca mais voltei porque<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Esperei eu também que um fosforo fosse suficiente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Mas como nunca fui inocente,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Quando o fogo se extinguiu,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Apagou o rastro de luz que me roubava as trevas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Amei-te é certo; tanto que te amei<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E quando regressei porque um sonho é sempre inocente<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O teu ser era um espírito esquelético frenético feito de
esperança viva e moribunda,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Morto pelo cansaço de um sonho que não se cumpre<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Porque o pôs nas maos erradas<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Mas tao inocente que eras, nem rancor guardaste.<o:p></o:p></div>
pantalaimonhttp://www.blogger.com/profile/14326464346027874538noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34919626.post-86366161843215281302017-04-30T11:17:00.001-07:002017-04-30T11:17:51.966-07:00Velha glória<div class="MsoNormal">
Aquiles luta só, contra o destino,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Numa mão a felicidade e noutra a glória,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A decisão férrea na vitória:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A humanidade moldada pelo fado,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
De um só homem.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Aquiles luta só, com o destino,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O medo, o sangue, a dor da carne,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A vida assim cumprida, deleneando<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O limite último do sonho humano.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Aquiles luta só, rodeado pelo destino,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A vontade, o nome e<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O renome; a eficácia de um gesto mudo…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A humanidade herdeira de um simples movimento,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Aquiles, herói, e o pormenor obsceno,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O ferimento simles, a seta oblíqua,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Aquiles herói, alcança o renome,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Enquanto o nome se perde no destino.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A humanidade moldada pela <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Ambígua Glória eterna de <o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Um só homem.<o:p></o:p></div>
pantalaimonhttp://www.blogger.com/profile/14326464346027874538noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34919626.post-85743519914183552022017-02-20T14:39:00.002-08:002017-02-20T14:39:21.140-08:00Ode a Ricardo Reis<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
A minha história é simples,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Comum talvez, mas não banal,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Vim da guerra honrado general,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Furtivo, altivo, sagaz, senhor,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Senhor de mim mesmo,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Rei de mim próprio – <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
E da beleza verde dos olhos dela,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Longe da guerra e longe da miséria,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Como no poema à beira-rio,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Enlaçámos as mãos mas nunca entrelaçámos <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
As mãos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
A minha história é simples,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Mas não banal.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Fui épico desertor depois <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
De honrado general,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Orfeu falhado e <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Estoico contra-vontade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
(A traição maior).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
A minha história é simples – <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Esventraram-me a carne,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Despedaçaram-me o espírito,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Puniram o crime,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
E os olhos dela sentados à beira-rio<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
No regresso que nunca existiu,´<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
E os olhos dela, mágoa minha,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
O meu regresso que jamais se cumpriu.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
(A traição maior)<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
A minha história é simples:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Arruinadas inutilmente as
honras de guerras épicas,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
A ode que ficou cantou esse mito<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Da dor de Orfeu<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
(da memória das mãos de Eurídice enlaçadas mas não entrelaçadas,<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
No reflexo que é o meu…)<o:p></o:p></div>
pantalaimonhttp://www.blogger.com/profile/14326464346027874538noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34919626.post-21103604928957699152016-07-25T15:20:00.001-07:002016-07-25T15:20:47.210-07:00Costumava invejar a triste sorte de Orfeu<div class="MsoNormal">
Costumava invejar a triste sorte de Orfeu,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Que amou e foi amado,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Que foi herói e foi fracasso,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Sem inveja nenhuma. Mas havia em Orfeu,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Uma moral para aprender e<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Momentos houve que julguei <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Se ouvisse, de perto, a voz de Orfeu<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Então aprenderia como ele<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A fazer a lira chorar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mas eis que eu fui amado <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Mas não amei<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E fui herói<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Mas não fracassei<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A minha lira nunca chorava <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Porque não tinha a corda triste.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Costumava invejar a triste sorte de Orfeu,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O som da lira é o som dos homens<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O sucesso tem o seu quê de trágico<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E eu não sofri para fazer a lira ter esse som<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Melodioso<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
De quem ri sem lembrar porquê.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Sempre invejei a triste sorte de Orfeu,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Sem inveja nenhuma,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A eficácia tem o seu quê de trágica.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
pantalaimonhttp://www.blogger.com/profile/14326464346027874538noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34919626.post-83097044983693363862016-07-14T16:30:00.002-07:002016-07-14T16:30:24.658-07:00Liberdade<div class="MsoNormal">
O dia foi perfeitamente normal. Agradável, até. Quase que me
dói gostar do hábito. Quase que me envergonho de me ter tornado neste ser, que
tem um trabalho. E que, de certa maneira, cresceu e que já não está contra o
mundo. Não é preciso haver sintonia e muito menos harmonia, apenas, talvez (quem
sabe?) apenas aceitação. De que eu sou como sou enquanto a vida é como é, tudo
é como é… E penso, como me posso habituar aquilo que tanto odiava? Como me
posso habituar aquilo de que tanto fugi?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Talvez fosse preciso tempo. Talvez tivesse de ler, uma outra
vez, o <i>Principezinho</i>, e mais uma, e
mais uma…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Mas ligo a televisão. E houve um atentado. Mais mortos do
que o balanço inicial. Mais crianças cadáveres do que os nossos corações
desejavam memorizar. E não conheço ninguém. Estou bem seguro, aqui, em minha
casa. Nunca me tinha apercebido disso. Mas tantos mortos, que nem conheço… mas tantos mortos, tão inocentes.
Tragédia, é certo. Muito para além de justiça ou injustiça.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
E ligo a televisão e houve um atentado. Ouço a tua voz e sei
que todo o silêncio está quebrado embora não ouça som algum. E ligo a televisão
e houve um atentado. <o:p></o:p></div>
pantalaimonhttp://www.blogger.com/profile/14326464346027874538noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34919626.post-44469607351819358202016-05-11T15:57:00.000-07:002016-05-11T15:57:16.464-07:00O último Ícaro<div class="MsoNormal">
Envelheci com o teu rosto jovem na memória,</div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A ansiedade de que eu finalmente crescesse e deixasse<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
De ser dédalo, consolador de ícaros,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Restaurador de asas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Envelheci com o teu rosto e a tua expressão<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A de quem envelhece numa espera intermitente<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Própria de quem espera indefinidamente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mas eu era Dédalo, pai de todos os ícaros,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Cabia lhes rasgarem o céu e tornarem os sonhos desejáveis<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
De novo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Cabia lhes cruzarem o sol e dizer que estar vivo <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
é isso mesmo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Cabia lhes isso tudo, meu amor,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Mas eu era Dédalo, pai de todos os sonhos,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Tinha de lhes cozer as asas como quem cose uma alma<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E limpar lhes as feridas como quem dá animo a um coração
partido<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Eu era Dédalo, pai de todos os ícaros. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
E envelheci com o teu rosto na minha memória<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
De quem espera uma espera infinita<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Porque eu nunca cresci como nunca deixei de ser Dédalo,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E só no final, <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Meu amor, só no final, na tua expressão de quem espera<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Já sem saber o que espera é que entendi,<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Eu era o último Ícaro e o último Dédalo.<o:p></o:p></div>
pantalaimonhttp://www.blogger.com/profile/14326464346027874538noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34919626.post-68802766333161939592015-08-31T09:31:00.002-07:002015-08-31T09:31:34.058-07:00Primavera de flores mortas<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
As desilusões amontam-se no lugar de sonhos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
De tempos de Primavera em flor<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E não chegou o Inverno,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A primavera simplesmente ficou assim,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Triste com flores mortas. Antes um Inverso rigoroso<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Que uma primavera com flores sem cor e sem força para
desabrochar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
E as desilusões são assim,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Uma Primavera prometida que falhou<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Porque chegou. Mas as memórias de outrora<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Cheias de expectativas em flor<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Antes desejar um Inverno austero<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Do que uma flor que chora antes de nascer.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Antes sonhos queimados e chacinados à tua frente</div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Do que esta erva daninha que vai dando flores desfalecidas<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E que não tens coragem de arrancar<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Uma Primavera prometida que chega<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Uma Primavera que cumpre a sua palavra<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Uma expectativa que se vai desenlaçando <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Uma flor que nasce sem cor num campo cinzento<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Sem a arte de capturar o momento.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
As desilusões são isso,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Ossos que cresceram contigo mas de onde nunca nasceram asas<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Enquanto anseias por voar.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
pantalaimonhttp://www.blogger.com/profile/14326464346027874538noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34919626.post-51735347503074924032015-07-12T14:33:00.003-07:002015-07-12T14:33:58.794-07:00O vento do Sul<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Desejo uma réstia de esperança no final de noite. E quando
abro a janela à noite, encontro aquilo que curaria tantos vultos deambulantes:
o vento fresco nocturno vindo do Sul refresca as velhas memórias para que não se
percam nas areias do tempo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E aqui, quando abro a janela, não há moralismos falaciosos.
Nem tão-pouco o sentimento de que cumpri exigências alheias - para merecer a
recompensa de ter sido bem comportado. Quando sinto a noite de Verão de textura
absolutamente perfeita, o único dever que cumpri foi o meu e o mundo que se
afogue nas suas pequenas regras, com a sua mesquinhez de quem lhe basta cumprir
leizinhas para ser feliz e, depois, talvez viver (se for possível). <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Quando abro a janela, toda a História cavalga no vento. A
lua ilumina velhas lendas que nem lembro já o nome. Lá ao longe, sei que o mar
espera nas entrelinhas da visão. A noite será tranquila na antevisão do dia de
Praia, nesse jogo divino entre o amarelo e o azul. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E não há moralismos falaciosos num dia de Praia. Não há regras
alheias para serem cumpridas. Há apenas uma imensa preguiça de quem é feliz
numa noite fresca de Verão antes de um dia de praia. Não há moralismos
falaciosos – há vida para viver, entre o azul do mar e o amarelo da areia, ou
entre o céu e o sol. Há uma vida cheia de cor aqui, mesmo o Inverno, por vezes,
chega a ter cores primaveris.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E uma réstia de esperança chega, cavalgando no vento vindo
do Sul.<o:p></o:p></div>
pantalaimonhttp://www.blogger.com/profile/14326464346027874538noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34919626.post-37380319721011755682015-07-10T09:53:00.000-07:002015-07-10T10:08:05.040-07:00Conselhos em dias de Sol<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Suspender o tempo em horas histéricas, eis um sonho comum.
Controlar as batidas nervosas dos ponteiros de relógios alheios que sentimos no
peito, sorrir como se sorri normalmente, como se fosse comum caminhar e sorrir.
Como se fosse normal estar sempre bem disposto e não ter dias menos bons.
Conquistar a normalidade, garantido uma anormalidade. Suspender o tempo porque
a vida acha-se suspensa, embora os segundos se tornem minutos e um dia se
perca, nas suas infinitas horas inúteis que vimos, lentamente, passar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Eis um erro comum. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E para nada interessam receitas de vida alheia que te
aconselham a fazer isto ou, então, antes aquilo. Dizem-te para seguires o teu
coração, sempre, que é aí que se esconde a verdade última, tapada por interesses
racionais. Mas não conhecem o teu coração, nem tão-pouco os seus infindáveis desejos
e, indubitavelmente, fica-me a pergunta se continuará a ser uma escolha
corajosa optar pelo medo, que tanto faz o coração bater mais depressa. Lugares
comuns, como vês, revestidos de algo que brilha como ouro, mas que está muito
longe de o ser. Oferecer essa hipótese, como sendo segura, o caminho do
coração, é garantir a existência de um manual alheio, que no fim permite-te pensar
que podes ser inocente na escolha que foi tua. Só seguiste o teu coração – como
te disseram – nada de mal pode vir dai. E, assim, assumes que o teu coração é
só mais um, igual a tantos outros. Talvez não devesses seguir o teu coração.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Eis uma ideia antagónica.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Não deverás seguir, talvez, coisa nenhuma. Deverás respirar
de alívio, de consagração, de mérito, de desastre, de desgraça, de humilhação,
de frustração, de degradação. Mas, para que o suspiro seja teu, não deverás
seguir manuais alheios. Talvez fazer uma antologia com ideias perdidas, colando
os retalhos com a tua própria interpretação, num abraço, tão perfeito quando
possível, da objectividade com a subjectividade. Deverás saber que, muito
provavelmente, estarás completamente só nesses dias, nessas épocas, em que a
vida está suspensa e à espreita, mas as horas continuam a passar. E que muito
além de ser bom ou mau, é, meramente, inevitável. Mas que terás os teus para celebrar
a derrota ou a vitória porque, no final, importa acima de tudo que a vida não possa ser desprezada enquanto houver mais sentido para procurar do que meramente cumprir
ordens baratas e alheias. A tua vida não deverá ser o cumprimento de um manual
alheio que leste na diagonal.</span><o:p></o:p></div>
pantalaimonhttp://www.blogger.com/profile/14326464346027874538noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-34919626.post-56183083795967451432015-06-22T11:52:00.001-07:002015-06-22T11:52:51.842-07:00Fanatismos das imposições alheias<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Sei bem que não
entendes e muito menos aceitas, mas como já te disse tantas vezes, até Deus eu
dispensei para que a minha vida fosse de minha responsabilidade. Quero
incorporar a dor e todas as suas variantes bem fundo na pele e, então, verás
que o meu riso é o som do milagre da vida quando o mundo surgiu, ouvirás o
desejo profundo de viver ou a paixão mais honesta. E tanto me faz, como te
disse inúmeras vezes, o que quer que penses acerca desta vida que me mantém
vivo e que tanto te envergonha, uma suave blasfémia no teu ateísmo consentido
por todas as piores razões. Tu, como crente fanático, não consegues aceitar
algo que fuja ao modelo de vida que te garante a sustentabilidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Eu bem sei
que desconheces todas as vezes que te enganei para poder, em paz, viver desta
forma. Mas não te iludas que não foi por medo, apenas não me queria aborrecer.
É como discursar eloquentemente para um surdo à espera de o comover e
conquistar. Inútil e, de certa forma, insensível. Para além disso, sempre fiz aquilo que me era
mais importante. Por isso, diverti-me em prazeres alheios sem que vendesse, por
um segundo que fosse, a minha ética. Se falhei? Mas quantas vezes! Fiquei foi aqui, vivo, para (tentar) acertar
na próxima vez. Porque aprendi que, muito provavelmente, haveria uma próxima
vez e que estaria vivo para a contemplar.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Sei bem que
lá bem no fundo, não consegues evitar odiar-me.
Porque sempre soube qual era o teu maior sonho, o teu desejo mais
secreto, onde residia o sentido da tua vida, o preço alto que pagaste. Não, não o considero ridículo – não o considero de todo. E quando olhas para mim, vês que pagaste
demasiado e antecipadamente, vês que te burlaram como se fosses uma criança
recentemente apresentada ao mundo.
Porque nesta vida que tanto odeias, que discorda atentadamente da tua,
nesta vida que é uma blasfémia religiosa no teu ateísmo, eu estou aqui ainda, saudável
e contigo, se verdadeiramente precisares. Eu não te odeio, não preciso. Já
ousei dizer-te e mostrar-te que o contrário dessa tua ideia, que te é tão cara
é, pelo menos, tão válida. E que não te odeio nem quero saber das tuas opiniões
disformes. Blasfémia? Sim, eu sei. Verdadeiramente, não podia querer saber
menos.<o:p></o:p></div>
pantalaimonhttp://www.blogger.com/profile/14326464346027874538noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34919626.post-85846976144548284172015-06-12T14:34:00.000-07:002015-06-12T14:34:17.717-07:00Mistério<div class="MsoNormal">
No final de cada dia, perguntavam-me como é que eu gastava a
minha vida. Dizia-lhes sempre a verdade, que uma mentira consciente é uma
ilusão triste consentida. No meu mais profundo ateísmo, dizia-lhes que a vida
não há-de ser só isto, mais do que perguntar se Deus existe, valeria a pena
perguntar porque é que haverá de existir. Viver a vida pela vida, é difícil,
sabes, e concorre a não ter propósito e é, precisamente aí, que reside todo o
mistério, no porquê. Todos os teus heróis, todos os que ficaram conhecidos como
diabos vestidos de homem, tornaram-se perigosos pelo seu propósito. Por isso, a
vida há de ter sempre o seu objectivo e isso é que é misterioso. Mesmo sem
Deus.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Mas nunca os consegui convencer, de nada. Mostravam-se
sempre curiosos, talvez a espera de uma receita, talvez a espera de ocupar as
horas num momento inoportuno. Mas também, que importa? A verdade é que tenho a
minha própria filosofia de vida, que não é uma moral de vida, não é alheia e
não diz respeito a mais ninguém.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E, no final do dia, acabava sempre por sentir a tua falta.
Tinhas um propósito diferente, gosto de pensar que tinhas um objectivo
diferente. A tua sobrevivência era visível no teu rosto como se fosse uma
tatuagem, aprendi contigo o encanto de subsistir e sobreviver à vida, ser maior
que eu porque haveria de ser maior que a desgraça. A miséria pode ser
contingente se a vida tiver algum propósito, há essa esperança, uma janela aberta
pode ser o começo de uma nova viagem.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
No final de cada dia, perguntavam-me como é que vivia a
minha vida. Como lhes hei de explicar? Sempre me fascinou o contraste. E entre
as normais e discretas regras do dia-a-dia, eis que eu cruzava o tempo e
sentia-me perfeitamente eu. Era esse o meu encanto, não ser apenas uma coisa,
mas também o seu contraste. E, por isso, sinto-te a falta sem a sentir, aprendi
a aprender. Então, esse é o meu encanto, da sobrevivência que não atinge o
limite do desumano. Quando me perguntavam como gastava a minha vida, dizia-lhes
sempre o mesmo: a viver. E elas não faziam a mínima ideia do que eu queria
dizer com isso, porque era só conversa de ocasião e nunca pararam para ver o
sol a por-se no horizonte marítimo. <o:p></o:p></div>
pantalaimonhttp://www.blogger.com/profile/14326464346027874538noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34919626.post-6376769421652810312015-05-20T12:00:00.001-07:002015-05-20T12:00:13.399-07:00Alvorada<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Já é quase madrugada e eu não<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Consigo dormir. Estou dormente mas a alma<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Não descansa. Talvez precise de um pouco de<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Vida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Talvez precise de mais qualquer coisa para então<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Conseguir ter esse sono em que o<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Sonho é perturbado com um optimismo infantil<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
De quem julga que a vida pode ser orientada<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Por uma doce e terna fantasia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Quando o Sol nascer a azáfama do dia-a-dia<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Erguer-se-à e então tudo fará sentido<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
De uma forma oca.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Até as memórias que já esqueci que esqueci<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Ser-me-ao perdoadas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Mas pergunto,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
No silêncio calcário da noite se alguma vez<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O passado será capaz de se perdoar a si próprio.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Porque quando o Sol nascer<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A tua memória fica escondida no manto veludo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Negro da noite e então<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Não faz sentido recordar-te<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Porque não há melancolia quando<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Se cumpre uma rotina.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Já é quase madrugada e dormir parece-me<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Estranho.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Quero manter-te com toda a vida que um dia tiveste -<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
há uma vida que se ausenta em mim.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E porque não te guardo saudade<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Não me recordarei de ti<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Quando o Sol nascer.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mas é quase madrugada<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E eu não consigo dormir<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Porque por fazer sentido não significa que<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
A nostalgia não se faça surgir como uma outra voz da noite.<o:p></o:p></div>
pantalaimonhttp://www.blogger.com/profile/14326464346027874538noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34919626.post-69079239353628588082015-04-04T08:13:00.001-07:002015-04-04T08:13:20.234-07:00Porque o vento é só o vento<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A noite é tão silenciosa e por alguma razão, aleatoriamente,
escolhi esta música. Sinto-te tanto a falta, ou talvez seja só o álcool.
Preenchi-me de álcool para me preencher com qualquer coisa. Sinto-me sozinho e
sinto-me bem, mas a noite é tão silenciosa e daqui a pouco é madrugada.
Senti-me bem a noite inteira estando perfeitamente sozinho.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E depois não consegui evitar recordar todos aqueles dias em
que estiveste aqui. A minha cabeça roda um pouco, tanto que gostaria de dizer,
é da vodka. Tanto que gostaria que fosse absolutamente verdade. Mas tenho
dúvidas e é tudo o que é necessário para que uma nova oportunidade surja. E
esse é o problema das dúvidas, não é quebrarem, definitivamente, o dogma, é que
garantem que tem de deixar de ser uma verdade inquestionável para poder
manter-se uma verdade inquestionável. Fazem novas hipóteses surgir e então
estamos desgraçados. Talvez te sinta mesmo a falta e cometa este pecado, de
pelo menos agora, viver no passado porque lhe sinto a falta. E o talvez é a
dúvida que é também o pecado capital. Mas já que bebi para sentir qualquer
coisa e para a minha vida não ser só isto, aquilo que tanto quero, há uma
hipótese de te sentir a falta e estar a cometer o pecado último: ter saudades
do passado, inconsciente e irracionalmente. Mas que outra forma poderia ser?
Provavelmente, a racionalidade do dia-a-dia é a salvaguarda que nos resta, a
lógica verdadeira do sentir humano não nos interessa, se calhar é demasiado
verdadeira e não estamos interessados em tamanha honestidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A noite é tão silenciosa… e quando estávamos, juntos, sentia
o vento fresco e todo o universo doirar-me-ia na pele. Não me lembro de pensar
em nada mais enquanto sentia isso. Daí a vodka, talvez, agora o vento seja só o
vento, e isso é tudo o que quero. Porque é tudo o que existe. Mas, em noites
silenciosas como esta, é tão pouco. E, porque bebi demasiado álcool, espero eu,
tenho saudades desse tempo, em que o vento era também ele uma possibilidade.
Uma que experimentei e que vivi, que me fez feliz e que depois me aborreceu.
Conduziu-me até esta felicidade, calma e tranquila, mediada e humilde. Mas quis
exceder-me porque não me excedia e, então, o álcool preencheu-me, nada mais
havia para além do silêncio e, então, tive saudades desse tempo em que o vento
falava de outras coisas, ilusórias e traiçoeiras, aborrecidas até, mas falava.
Agora, o vento é só o vento, e eu sou feliz, mas não consigo não ter saudades. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Tuas? Pelo menos agora, tenho-as. Porque quando aqui
estavas, o vento tinha, precisamente, a tua voz. Agora o vento é só o vento;
alcancei aquilo que tanto queria, sinto-me perfeitamente bem, apenas porque
aprendi, arduamente, o dom de aceitar que não há perfeição. E tenho saudades
tuas, porque esta é a música que me lembra de ti. É tudo o que não fiz e tudo o
que, possivelmente, devia ter-me inspirado e não inspirou, desconhecia-a
completamente. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A noite é silenciosa e o tempo está dessincronizado de si
próprio. Talvez por isso precisemos de contos com finais felizes. </span><o:p></o:p></div>
pantalaimonhttp://www.blogger.com/profile/14326464346027874538noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-34919626.post-11307036539755787592015-04-01T10:09:00.003-07:002015-04-01T10:09:36.633-07:00Queria dizer<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Queria dizer que,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Poemas não se escrevem assim,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Como se fossem estátuas de ouro que esculpes<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">À procura de um reconhecimento<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Demasiado correcto e forçado e ordeiro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Queria dizer-te que poemas<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Saem-te do coração<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Fazem-te sangrar<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Esventram-te<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E doem-te para que possas,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Então,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ser feliz quando voas sobre o deserto e encontras o oásis.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E já não há dor mas <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Perfeição eterna quando sabes qual é a melodia,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E a encontras e a transformas para que se torne audível.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Queria dizer-te que não sabes escrever poemas<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Porque os forças a sair da caneta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E se tento escrever poemas<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">É porque não sou nenhum poeta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Toda a tristeza do mundo bate no meu peito<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E eu sinto-me só. O mundo inteiro<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Não me consola porque se consola comigo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Com a esperança de que saiba onde fica o oásis,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ou que tenha a infantilidade de o querer procurar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Queria dizer-te que os teus poemas<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">São rimas agradáveis<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Que as gentes cantarolam<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E que te fazem feliz.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Mas,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Não fazes ideia de que para escreveres poemas<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Não podes ser poeta,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Tens de ser um pássaro, é o mundo inteiro que viste<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">As palavras – porque não? - <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">São só a tua maneira de voar.</span><o:p></o:p></div>
pantalaimonhttp://www.blogger.com/profile/14326464346027874538noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34919626.post-21387130501398363582015-03-24T16:13:00.003-07:002015-03-24T16:13:48.256-07:00A miséria do mundo e a vida<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">É um dia triste e, no entanto, a Primavera chegou. Há dias
em que acordamos e a tragédia passeou-se pela nossa janela. O horror da vida,
da aleatoriedade da morte, do destino que existe ou que não existe, mas que se
vai cumprindo, ou descumprindo. Que interessa? Há dias assim, em que o Sol
brilha e até aquece, mas o vento é terrível, o resquício do Inverno rigoroso e
austero.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E, então, distraidamente, porque estava Sol mas o dia era
triste, recordei-te. Nessa altura, os dias eram todos primaveris porque a vida
era triste, talvez seja sempre esse o problema. Tínhamos uma corda ao pescoço, amávamos
a vida. Viver a vida no limite para poder ter alguns momentos de felicidade.
Talvez a juventude viva mais intensamente porque teme o envelhecimento, mas
como não vê, correctamente, a morte no horizonte, dispensa a esperança. Eramos
felizes? Tínhamos a corda ao pescoço, é preciso disciplina para viver
intensamente cortando a corda. E por isso hoje o dia é triste apesar de o dia
ser soalheiro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Hoje é um dia triste,
precisamente porque o Sol brilha intensamente. Se chovesse drasticamente, talvez
o dia não fosse tão triste, porque até o mundo gastava as suas lágrimas. E
punia-nos, a todos, com a sua dor e se calhar encontrávamos aí a libertação da
culpa, ou de um sofrimento surdo e alheio. Mas não. O dia soalheiro hoje é uma
mera ironia crua. Brilha o Sol, sarcasticamente.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Nessa outra altura, em que eramos tristes e tínhamos uma
corda ao pescoço, quando o Sol brilhava era de um brilho intenso. E nós
bebíamos à vida, porque não a tínhamos. Um dia triste de Primavera onde a
Primavera se ausenta. Cortámos a corda que tínhamos ao pescoço e hoje o dia é
triste – conseguimos esperar pelo amanhã, de forma activa e não subversiva?
Talvez o Sol esteja triste, à sua própria maneira, e nos console, com o resto
pelo qual vale a pena viver.</span><o:p></o:p></div>
pantalaimonhttp://www.blogger.com/profile/14326464346027874538noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34919626.post-57371257823816945112015-01-09T07:46:00.000-08:002015-01-09T07:46:06.324-08:00Manifesto anti-idiotas<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não tem perdão aqueles que, por um medo envolvido num manto
de ideias bonitas e extraordinariamente ilusórias, quebram a sua liberdade. E não
têm perdão porque eles são livres de desejarem não o ser, mas ao fazerem isso,
infelizmente, esses cobardes minam a minha liberdade. Porque não lhes posso
dizer: cobardes, gozam de um certo tipo de liberdade para poderem abdicar dela.
Mas não lhes posso dizer que é preciso ser livre para poder desejar não ser porque
chamar-lhes cobardes os ofende. E eu não sou livre de os ofender.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ainda que, todos os dias, essa atitude medíocre, medrosa,
cobarde, digna da menos digna piedade, me retire liberdade. Não posso dizer:seus cobardes da porcaria.
Não me fica nada bem ofender e insultar, assim, os meus semelhantes. Portanto, não
sou (completamente) livre de o fazer.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não lhes posso dizer: pior que vos fecharem numa jaula como
animais, seus idiotas, é vocês enfiarem-se nela e trancarem-se, para ficarem
seguros. Não posso dizer isto. Não me fica nada bem.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Pois bem.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Hoje posso – e vou – fazer uso da liberdade que gozo e dizer
a essas pessoas que são cobardes. E mais: são periogosas. Minam a liberdade de
todos nós ao desejarem estarem seguros em vez de serem livres como se tal
oposição fosse digna de existir. É um cliché, hoje, dizer-se que a minha
liberdade termina quando começa a do outro. E pior: é unilateral. Na verdade,
os cobardes que a proferem tem em mente algo deste tipo: eles são livres de
escolherem uma cobardia vergonhosa e de a expressarem livremente e a minha
liberdade termina quando os ofendo ou insulto ao chamar-lhes cobardes. Mas eles
são livres de me ofenderem com a sua cobardia sem que lhes possa dizer,
cobardes, todos os dias.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E, em nome da minha liberdade, digo, hoje: seus cobardes da
porcaria, se vocês escolhem não ser livres, então a minha liberdade não termina
quando a vossa começa, era preciso que fossem, de facto, livres, para se poder falar, de todo.<o:p></o:p></div>
pantalaimonhttp://www.blogger.com/profile/14326464346027874538noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34919626.post-82500135416207932222014-10-10T14:08:00.000-07:002014-10-10T14:08:05.741-07:00Magia<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Alguém uma vez me disse : o problema dos contos de fada é
que não são reais. Apanhei-me quase por imediato a pensar qual era o conto que
era realista, não há nenhum. Não há nenhum livro, nenhum poema, nenhum quadro
realistas. Não são o dia-a-dia. Isso não teria interesse. Algo há neles
profundamente não realista - e é daí que advem todo o realismo plausível e
encantador.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E então o amor falha, a vida falha, e até a esperança se
torna num moribundo preso à vida por um fio de dor. Os amigos falham, os
amantes falham, a Primavera falha, a sabedoria falha, o futuro falha, o dia
melhor falha. Tudo falha. E tem de se começar de novo mas com os olhos já com
essa visão, do gigante falhanço de todo o mundo.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Alguém uma vez me disse: gosto de contos com final feliz
sobretudo quando são incrivelmente simples.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E toda a harmonia do Universo pareceu, calmamente, bater
palmas. Como se a vida tivesse encontrado o seu lugar no mundo e ambos estivessem
em paz em cada pedaço de coração. Subitamente, o mundo pareceu ter exactamente
o tempo suficiente para cada homem celebrar a vida.</span></div>
pantalaimonhttp://www.blogger.com/profile/14326464346027874538noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-34919626.post-49889169794843014372014-10-10T13:43:00.001-07:002014-10-10T13:43:12.154-07:00ViagensAntigamente encontrava a felicidade na imprevisibilidade do destino. A cada instante o meu ser congratulava-se com a surpresa do inesperado. Todos os caminhos eram novos e eu nunca descansava.<br />
Agora dou comigo a olhar o caminho e a pensar como quero ir para esse sitio para onde já me digiro. E é sempre uma novidade a sensação de regresso a casa.pantalaimonhttp://www.blogger.com/profile/14326464346027874538noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-34919626.post-43407764588815225042014-10-03T14:14:00.001-07:002014-10-03T14:14:30.252-07:00Lendo Poemas de Sophia à beira-mar<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Há uma vida cheia de sal,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Há uma vida aqui ao pé do mar<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Que é tão azul aberto<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Quanto o azul é azul.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
Há, aqui, uma vida que <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
Quando chega ternamente o vento<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
Ouço nitidamente a tua voz.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
Como vejo agora que o teu ser se
encontra<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
Em paz plena<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
Todo o mar salgado e azul <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
Veio para te guardar e velar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
Há uma vida aqui,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
Cheia de sal e cheia de azul,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
Cheia de serena esperança<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
Há uma vida aqui <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
Cheia de paixões suaves<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
E de uma beleza pura cristalina.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
Há uma vida aqui<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
E estando inteiramente só<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
Sinto-me lisonjeado <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
Por me fazeres companhia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
Ao pé do teu mar<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
Que eternizou o teu ser.<o:p></o:p></div>
pantalaimonhttp://www.blogger.com/profile/14326464346027874538noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34919626.post-16602420826006548992014-08-10T07:16:00.003-07:002014-08-10T07:16:49.738-07:00Arrogância<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É incrivel a arrogância humana, é incrível a minha própria
arrogância. Não é uma arrogância plena e muito menos é uma arrogância
consciente ou intencional. Não, é simples, é lógica, é simplista. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Vejo, hoje, que continuo a ser igualmente arrogante porque
arrogante é o nome que dão à minha forma de ver o mundo. Não acredito que não
precises da solidão quando queres pensar, a única forma de estar sempre junto
de movimento contínuo é necessitar de ruído constante. E se precisas de ruído
constante bem, então, empurras a tua própria voz para debaixo do pulmão ou não tens
voz alguma para empurrar. És oco. Mas eu
tenho e ouço-a, é a minha vivência e a minha sobrevivência, como posso escolher
não ouvir? Tenho de ter momentos em que o único ruído são as ondas do mar a
rebentarem na areia. E dizes: mas estás só. Como te explicar que não estou? Nunca
vais entender, porque não há ruido de fundo e não entendes que ruído não é
música. Não entendes que por mais que me digas o que fazer eu tenho as minha
própria vontade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas como disse, é incrível a minha arrogância. É
absolutamente incrível porque não é arrogância, só quero ter uma vida para
viver como toda a gente. Só não a quero da mesma forma que toda a gente. Tenho
os meus gestos, as minhas ideias, as minhas paixões, as minhas paranoias, as
minhas qualidades, os meus sonhos e não as possibilidades dos outros, as manias
dos outros, os amores dos outros, as idiotices dos outros, as oportunidades dos
outros e as utopias dos outros. E não os consigo vestir.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Também não consegui vestir os teus embora tenha ficado com
algumas das tuas utopias. Espero viver e acarinha-las o suficiente para conseguir
antever como se abre a entrada para esse longo caminho.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Como já disse, é incrível a tua arrogância. <o:p></o:p></div>
pantalaimonhttp://www.blogger.com/profile/14326464346027874538noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34919626.post-34497129153546467502014-08-05T10:22:00.001-07:002014-08-05T10:23:09.181-07:00Carta de despedida<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
A minha vida não te interessa e, consequentemente, eu não te
interesso. Não faças essa cara que sei que fazes, não podia ter menos
interesse, em ti, também. É só a despedida, convém dizer o adeus quando é
tempo. Sei bem que dizes ter pena de mim e sei bem que tenho pena nenhuma de
ti. Como não tenho pena de mim mas sei que me falta um pedaço de coração. Porque
devia lamentar por ti.<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Sei que disse que te amava e que teria essa vida e que
cruzaria o mundo por ti e contigo. Sei que se te não escrevi poemas é porque não
sei escrever poemas. Sei que prometi que estaria sempre lá, sempre aqui, sempre
contigo, onde quer que fosses. Sei que prometi o meu ombro e o meu abraço
quando precisasses e quando não precisasses. Sei que te prometi o meu tempo. Sei
que te prometi o meu amor mas não to dei inteiramente.<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
E tu sabes que me cansei das minhas promessas. Como dizer?
Perdi o amor. Houve um momento em que, quanto mais te dava, menos te queria dar.
Como se me sugasses a vida, a minha vida. Não existia para ti. Não te queria
contemplar, não tinhas assim tanta beleza. O teu sorriso começou a cansar-me, o
teu ser começou a ser enfadonho. Tu tornaste-te aborrecida. Mas eras
exactamente a mesma pessoa, dizes. Talvez tivesse sido esse o problema. Não sei
e não tenho interesse.<o:p></o:p></div>
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Sei que te prometi e sei que por vezes cumpri. Sei que durante algum tempo cumpri e
que tu eras feliz. Eu também fui. A minha vida agora não te interessa, não é
uma vida em que possa parar para ficar a contemplar o teu ser. O teu enfadonho
ser. Tenho tanto mais que fazer. Não há lugar para mim aí, não sou um
contemplador. E, obviamente, rejeito o lugar que tinhas para mim sem hesitar em hesitar.<o:p></o:p></div>
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Tem pena de mim à vontade. Ate, porque lá bem no fundo
consigo reconhecer, que algures essa pena de mim teve um outro nome. Sei que me
quiseste de volta. Mas a minha vida não tem interesse por ti. Nada tens a dar. E
nada há que te queira dar.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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Quase te odeio por me teres feito perder tempo. <o:p></o:p></div>
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pantalaimonhttp://www.blogger.com/profile/14326464346027874538noreply@blogger.com3