Ela era algo de novo. Nao que trouxesse consigo uma inteira nova ideia. Nao. A novidade que trazia era a forma como se mostrava firme no amor que dedicava ao seu ego. Mantinha um bom egocentrismo, um bom individualismo que olhava ao colectivo. Ela era algo de novo na forma como articulava o porquê. Trazia consigo o mesmo vento alheio mas dava-lhe um nome diferente. E já nao era um vento comum – era o vento dela.
E sabia apenas só o que sabia, procurava saber mais em todas as esquinas de todos os instantes. Era esguia e aristrocata no pensamento que defendia, jamais dizia tudo o que sabia, jamais a venciam em qualquer duelo facilmente. Dedicava-se sempre a conhecer bem o seu oponente. Ela era melhor porque acrediatava firmemente e sem hesitações que o era. Mas mantinha-se em movimento, em constante renovação, no dia que parasse, deixava de ser autoridade de si própria.
Um dia, o Inverno foi rigoroso, trouxe consigo neve e um frio desumano. Ela vestiu o seu casaco quente e abriu expectante a porta. A neve era suave e amigavel na sua mao. Deixou-se encantar, o pensamento perdeu-se no manto branco. Imaginou. Porque a sua peculiaridade era olhar para o que todos veem e responder a um diferente porquê.
E sorriu. E foi feliz intensamente naquele instante. Em que sentiu a neve na sua pele, na palma da mão . O frio só a incomodou depois. Foi algo de extraordinário. Ela era algo de novo. Mantinha o espirito jovem. Jamais se contentava com um qualquer consolo. Ela desejava ser ela. E via arte em todos os recantos. Viu arte na neve. E foi intensamente feliz naquele instante intemporal.
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