Monday, November 14, 2011

Amor II

Daqui sinto o cheiro do mar, tão distante numa proximidade espiritual. Sofri o dia todo na espera cheia de uma obessessão pacifica que a noite acalmasse e enternecesse a essência que é minha e que é do mundo.
Respiro fundo. Cheiro o mar, o som da brisa salgada cola-se aos ombros.Perguntei-me pelo valor de todas as palavras que digo, pronunciei nada porque tudo era artificial sem superficialidade. E o mar estava cinzento no azul aberto claro infinito.
Esperei o dia todo pela paz da noite. Sobraram palavras nenhumas. Até que, enfim, tu chegas.

Amor I

O Amor também é um dogma social desenhado em abstracto. Vejo, quando te olho , aquilo que teria gostado de querer. Nada é real tudo é válido, te não vejo porque não sei se me vejo. Observo, talvez, aquilo que gostava de me ter tornado entranhado enrolado na memória que julgo que te pertence.
E, no entanto, é simples.
Tu cumpriste o destino que era meu e sempre fui demasiado egocêntrico individualista para ver nos teus olhos o meu próprio reflexo. Sou demasiado eu para ser previsivel. Sou demasiado eu para ser narcisista.

Monday, November 07, 2011

Silêncio

Aborrece-me pensar que fecharei os olhos e um novo dia brotará da janela do mundo. Aborrece-me a convenção, talvez tenha uma qualquer dormente dor a oprimir o espirito e, dormir, é assumir que acordarei com ela no amanhã sem saber bem que dor é que me atormenta. Só sinto dormência, invevitabilidade do que é inevitável.
Talvez seja o oposto, há uma felicidade oblíqua inteira no negro da noite, silêncio profundo da minha essência em descanso tranquilo, só o ruído quente da música no vazio. Talvez seja o contrário, sinto-me em felicidade calma cheia de uma excentricidade quase filosófica. Talvez, importa pouco, significa quase o mesmo. Já me disseste tantas vezes que ver luz onde só há negro e encontrar aí a minha triste alegria é patético e mórbido e te já respondi inúmeras vezes que vives numa felicidade saltitante irritante de quem quer pouco da vida e se resigna a ter uma mente pobre e um espirito podre. Não sabes o que fazer ( viver a vida!) enquanto esperas a morte, não sabes existir.
Aborrece-me fechar os olhos e descansar o corpo, não quero a leveza de que a vida continua. Quero a vida em si. Quero o teu silêncio porque te não sabes entreter enquanto vives.

Saturday, November 05, 2011

Desconcerto

O problema em algo subjectivo abstracto, o problema do conceito de elitismo. Não saber ser menos do que se é, não saber reduzir ou simplificar e existir essa necessidade. De tornar tudo mais perceptível, ser um Ícaro experiente que aprendeu a sobreviver às quedas venceu o seu ego, jamais vencerá o Sol, lhe não sobra nada a seguir. Ícaro não quer vencer o Sol, o mundo perderia limites e tem de existir sitio para o amor viver.
Pensar para além do que é visivel, o desfazer do agora e o excessivo aproveitar do momento para a vida não ser gasta em algo, volátil, talvez. Não tornar a ideia superflua e ocamente excêntrica, depois perde-se o fundamento. O desprezo pela vida ao vive-la demasiado e a procura do equilibrio existencial.
Viver é simples, tão simples. E complicamos tanto, interpretar o que não existe para acontecer o que não estava previsto e evoluirmos nas rudes opiniões que se tornam mais elegantes com a inovação reciclável da inteligência (mas somos só Homens). E o desintegrar do conceito aureo de Amor porque tem de se confinar ao lugar fisico onde lhe é permitido respirar para nenhuma parte da vida objectiva ser perturbada. Somos só Homens e nem isso sabemos ser. E o meu pensamento e o meu ser perdem-se no profundo discordar da ideia base fundamental com a qual não consigo coexistir.