Somos diferentes , não é exactamente a mesma ideia porque quando
, no auge da tua dor, procuraste Deus e ele não estava lá assumiste que ele não
podia existir. Proibiste-o de existir porque te deu a dor, obrigou-te a
senti-la em cada poro da tua pele e deixou-te a sos com ela. Deus , esse deus,
não podia existir e tudo o que sobrava eras tu. Ganhaste-te a ti, entao, ateu
de coluna estreita e firme. Elegeste-te como teu deus, a tua fé era a fé que
tinhas em ti, deus roubou-te mas continuavas vivo.
Mas eu, alturas houve em que procurei Deus em todas as
esquinas de todas as ruas sem nunca o encontrar, não senti a Sua presença, o
Seu amor ou o Seu perdão. Tudo era vago de uma forma vazia. Mas insisti em
procura-lo, queria que ele tornasse a minha dor mais leve só pelo facto de
existir. Procurei-o em todos os sitios e, um dia, encontrei-o. Estava sentado
com roupa suja e um olhar triste a segurar um copo de uisque num bar alheio.
Porque é um mundo de homens, é apenas um mundo feito e
vivido por homens onde Deus não tem espaço para existir. E isto é verdade
absoluta, para mim, no meu mundo, Deus apenas está a mais. Não me faz sentido que me tenha roubado
alguma coisa, isso podia ser devolvido.
É apenas um mundo de homens. A tua não crença é uma forma esquisita de
crer – porque em algum instante esse deus que garantes que não existe fez-te
quem és.
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