Saturday, May 23, 2009

Casulo

Será que a tua existência patética tem consciência do que lhe pede? Será que não vês que o magoas?
Porque o erro foi dele. Sonhou demasiado intensamente, acreditou que poderia conviver contigo e com todos os eus inócuos que te rodeiam. Não vês? Tu eras a maior preciosidade que ele tinha, o cantinho da praia repleto de conchas magicas que a violência natural do mar nunca destruiu; o pedaço do mundo puro, frágil e belo que ele assumiu imune à corrupção.
Será que não vês que o magoas quando te vendes por tão pouco? Quando és igual aos outros ele morre mais um pouco. Qualquer dia acabarás por matá-lo.
Ele tem vergonha dele próprio quando o olhas e vês o que ele era dantes, quando te guardava. Quer esquecer que o pressionas para te transformares na borboleta, por o veres transformar-se na borboleta magnificente que adivinhas que será.

Ele será sempre a lagarta, orgulhosamente, porque é o que ele é.

2 comments:

Alice in Wonderland said...

"Será que não vês que o magoas quando te vendes por tão pouco? Quando és igual aos outros ele morre mais um pouco. Qualquer dia acabarás por matá-lo."

Até o bater das asas de uma borboleta pode originar um tufão.
Somos responsáveis pelas nossas rosas. =)

WinGs said...

A questão é essa...
A rosa afinal nao era uma rosa. Tingiu as pétalas de uma cor aceitável. Mas isso nao lhe deu o toque suave de uma pétala de rosa.

E nasceu o tufão vindo de algo tão discreto como o bater de asas de uma borboleta.