É o sublime encanto do conto, o prazer de ler uma história. Inspira ao inovar a imaginação, torna possível aquilo que negaste na desilusão de teres tomado como inalcançável. Uma boa história dissolve a realidade na imaginação por ter a arte de focar um instante que não aconteceu mas poderia ter acontecido, de tornar esse instante audivel exacto sem que ele tenha ocorrido, um paradoxo que se torna válido visivel.
E és uma história, mais uma, cheia de um caracter profano quotidiano. Trazes contigo a beleza que conquistaste numa determinada era, o amor é volátil e denso. És um pequeno conto, se ninguem imaginasse que uma especifica ideia se podia instalar, tu não existirias. (Ver-te sem te reconhecer porque me não pergunto sobre o que te move)
E importa pouco se é um final cheio de felicidade ornamentada com mérito e prestígio ou um final com tonalidade triste preenchido por uma lógica incisiva de que tudo é exactamente o que é, ver a restrição da imaginação onde ela mais voa. Liberdade de existir é uma restrição em si. Importa que termine de forma a que faça sentido e movimente uma ideia.
É o suave sorriso do ego depois do conto, deixa-te a pensar. Mas tu tambem és um conto. Os bons momentos foram bons e os maus foram maus, o pragmatismo da realidade é o que lhe permite encanto, não tens de ser objectivo oblíquo , podes imaginar que imaginas.
Eu imaginei-te e só me importa a minha ideia, no final, quero que o conto que és justifique o caminho que quero crer que percorri. Mas oferece-me um final qualquer, entende, o que sempre me atraiu nos contos nunca foi o facilitismo de um fim que me aquece o espirito. O conto aquece a essência humana individual, suporta e sustem e eleva todo o meu ser a um outro nivel.
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