Monday, April 25, 2011

Berlim

Havia um encanto diferente naquela cidade, talvez fosse apenas o meu ego à procura de uma textura diferente para o coração. Mas nenhuma me deixou uma melancolia tao embaladora quanto aquela.

A minha mente prende ao peito a memoria para que a cidade nao morra em mim com a sua vida citadina e calma, aquela boemia e pacífica forma de existir. Os edificios destruídos como recordação de uma guerra; os inovadores e novos que foram construídos e que escondem a ruína fantasma de uma época obscura sem a silenciar. Os jardins que eram bosques com as àrvores grandes e tristes. O povo tao diferente do meu, a diferença exibida pela aparencia exterior.

Há um encanto diferente naquela cidade, nenhuma me deixou tanta melancolia. Ajeitava-se perfeitamente ao meu ego, guardava-me um lugar como a minha cidade nunca guardou ( e, agora, depois da minha traição, guarda-me menos que nada). Há uma sincronização uníssona que aínda hoje torna a noite fresca com aroma a uma suave saudade. E, mesmo depois dos outros sitios que os meus olhos memorizaram, é aquela cidade que o ego vê. Sempre.

Porque a diferença estava no meu ego e , numa nao existente feliz coincidência, encontrou naquela cidade tudo o que desejava ser. Aquela cidade é o meu reflexo, o que também desejei ser.

E, agora, a minha essência tem aquelas cores, nenhuma a iguala. Ou atenua a saudade.

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