Tuesday, January 12, 2010

Memória

Houve um dia em que ele regressou para ti porque foi o que aprendeu a fazer. Para se sentir feliz e cheio. Ver-te, simples na tua divina beleza. Mas ele, nesse dia, não te procurou, queria apenas a memória fresca , doce e aromática que tinha tua. No dia em que ele regressou porque se automatizou morreste.
Foi nesse dia que desistiu de ti, desistiu dele próprio. Foi o fim, o principio de um longo e doloroso fim. Arrastado no tempo de uma forma cruel e fria. E todas as vezes que ele regressou depois desse dia serviram para negar que o tinham corrompido, que o tinham vencido porque lhe esgotaram e esvaziaram a mente. Ele amava-te irracionalmente e foi uma injustiça demasiado crua e frívola o que lhe fizeram.
Mas naquele dia tu morreste e ele não sabe ressuscitar mortos. Iniciou-se o fim, passaste a ser uma das melhores memorias vivas dele. E ele amava-te tanto! Fizeram-no esquecer-se disso, rasgaram-lhe e quebraram-lhe a mente. E, quando finalmente regressou verdadeiramente para ti, já era demasiado tarde. Já tinhas morrido, já não passavas de uma leve e desfocada memoria.
Porque houve um dia em que ele começou a morrer de mansinho e ninguém viu. E tu estavas demasiado longe dele para o guardares e acarinhares.

1 comment:

bella said...

http://omundoeadisney.blogspot.com/