Sunday, August 02, 2009

Reflexão

A vida é uma desilusão. Mesmo os optimistas que morrem felizes são tristes. Somos todos tristes. Imaginas que mudarás o mundo, que farás toda a diferença, que um doce beijo teu numa flor frágil a impedirá de morrer.
Mas o mundo à tua volta desfalece e perde cor. Como tu farás um dia. E não fizeste nada do que querias verdadeiramente. Inicialmente. Talvez tenhas feito as escolhas erradas ou talvez as correctas não fossem possíveis nesta realidade.
A vida é uma desilusão. Descobres prisões no conceito de liberdade, promessas vazias no acto de ajudar honestamente. Não é culpa do mundo, está na tua mente. É uma reflexão dura porque é tão certo e compreensível como a morte.
Foste melhor que qualquer outro teu semelhante porque sonhaste mais alto, amaste com mais intensidade. Viveste com menos lucidez, controlaste Deus e desceste até ao fundo do poço para poderes ser livre e bom. Nada foi em vão, aprendeste com todos os teus erros, meio caprichos meio dignos de artista de coração.
Mas és menos do que te projectaste. A vida não é uma desilusão. Tu é que és.


4 comments:

Alice in Wonderland said...

E é por isso que não deves abandonar esse sonho de adolescente.

Talvez acabes com pouca comida, na beira da rua. Mas não carregas o peso da tua própria deilusão aos ombros.

WinGs said...

O problema, é que de uma forma ou de outra, desiludir-te-às. Ou porque nao foste o músico mal vestido de ruas mas satisfeito ou o gestor de empresa brilhante.

Nao existe perfeiçao. A vida perfeita. Erras de qualquer maneira.

É uma questão de escolher qual a imperfeiçao que agrada.

Alice in Wonderland said...

A imperfeição é inata ao ser humano. Mas a desilusão de uma vida falhada não é.

Dream on.

A desilusão de não sonhar é demsaido triste e inócua para uma vida tão longa como a nossa.

WinGs said...

Sim. É exactamente essa a diferença. A dor de nao ter vivido, o remorso da falta de intensidade. Ou o doloroso cansaço dos musculos de ter levado a vida ao extremo.

Ironicamente.Normalmente, preferem a primeira.