Friday, June 22, 2018

Nada anseio e nada desejo



Nada anseio e nada desejo,
Sou uno com este mundo.
Sou livre e sei-o.

Não sou o profeta do Messias por vir,
Nem um soldado da pequena revolta do amanhã;
Não sou o último filho pródigo
Que sustém a felicidade da vida
Que rasgas inocentemente na ignorância
Autoritária de quem defende
Uma premissa máxima vazia:
Hoje sou apenas eu,
Aqui sentado no meio de uma cidade
Que me é estrangeira,
Que é distante e que é disforme,
Mas que me abriga.

Nada anseio e nada desejo.
Se lutas,
É porque uma ideia se perpetua no teu espírito,
Cícilica e mutável como as estações do ano,
Coincidente com a epiderme do teu ser.
Se sou profeta do Messias por vir,
É porque sempre soube ser feliz
Num dia de Sol aberto:
Tem de haver um dia de futuro.

2 comments:

Anonymous said...

Lembro-me de ter lido um conto da tua autoria em que entre a prosa estavam poemas, e não sei porquê acho que estava em francês. Desde aí que fiquei fascinado com essa mistura prosa-poesia, ainda não fiz nada influenciado por isso mas irei fazer.

Tenho escrito poemas, prosa, por aí.

Sei que gostas muito dum poeta que na altura não conhecia muito bem, e se calhar não gostava. Hoje o meu poeta favorito é Sofia de Melo Breyner. Também gosto muito de Fernando Pessoa, Miguel Torga e José Gomes Ferreira.

Da minha licenciatura já terminada de Línguas Literaturas e Culturas, especializei-me em Linguística. Estou agora na Covilhã a tirar Engenharia Informática.

Tenho dois blogues, um não deve interessar-te pois é de desenhos animados. Como sabes crio e apago, crio e apago blogues, quer deixar de fazer isso, o meu blogue atual já tem mais de um ano (até agora o blogue criado por mim com mais tempo de longe, os outros nem um ano duraram) e é para ficar:

rebeldiadefeituosa.wordpress.com

Fernando Couto


Anonymous said...

Esqueci-me dizer que fiquei com o último verso na cabeça:

"Tem de haver um dia de futuro."