Amei-te é certo, mas queria ser o Inferno e regogizava-me
Com o meu ser enquanto uma personificação do diabo:
Um assertivo um que tentasse o bem do mundo
Apenas por uma outra forma.
E isso não se espelhava no teu olhar,
Cheio de esperança e de tranquilidade e de um doce ingénuo
entusisasmo
Próprio de quem começa a amar e é demasiado jovem
Para ver que a crueldade do mundo muitas vezes
É apenas a infelicidade de um dia de chuva
Que alguem não soube conter dentro do peito
E ao culpar o universo, quebrou-o.
Amei-te é certo mas tinha uma guerra para ir e para voltar,
Triunfante e vitorioso;
Tinha reconhecimento para receber e poder para usar e mudar
O pequeno mundo onde vivia;
Tinha uma vida demasiado grande para caber num sonho
perfeito,
Um sonho teu inocente,
de quem julga que um fósforo faz frente a um Inverno
rigoroso.
Amei-te tanto que nunca mais voltei porque
Esperei eu também que um fosforo fosse suficiente.
Mas como nunca fui inocente,
Quando o fogo se extinguiu,
Apagou o rastro de luz que me roubava as trevas.
Amei-te é certo; tanto que te amei
E quando regressei porque um sonho é sempre inocente
O teu ser era um espírito esquelético frenético feito de
esperança viva e moribunda,
Morto pelo cansaço de um sonho que não se cumpre
Porque o pôs nas maos erradas
Mas tao inocente que eras, nem rancor guardaste.