Friday, October 16, 2009

Conforto estéril

Tu não querias mudar o mundo. Não, nada disso. Querias ser correcto e querias viver segundo a tua ética filosofica definida e torna-lo num sitio levemente melhor porque serias tu. Um ser não cruel, que cura em vez de ferir. Não farias mudança nenhuma, a realidade seria igual a si propria depois da tua morte, depois da tua vida mas tu morrerias de maos limpas. E não sujarias nada, o mundo não pioraria com a tua existencia.
Agora já o não sabes. Porque te estriparam e te violentaram todos os dias por essa opçao tua e tiveste de te ter de volta. Tiveste de reaver o teu amor-proprio e o teu auto-conceito para seguires a tua filosofia. E tiveste de saber preencher o ego para conseguires o milagre de te enfrentares ao espelho. Mas perdeste-te algures.
Pioras ligeiramente o mundo quando te tornas ligeiramente vulgar. Viciaste-te no conforto da àgua gélida que suaviza a dor da cicatriz. Só que ela já não doi e tu insistes em algo que se tornou num puro luxo, num simples capricho.
E não haveria problema se não conseguisses ver o quanto custa, em sentimento e em suor, a quem procura a agua, a quem a passa pela tua pele, a quem te sustenta e a quem te mima. Tu ves quanto custa e continuas. Pioras o mundo inocentemente porque , algures, arruinaram-te. Não tens assim tanta culpa, a realidade é demasiado fria. Cruel.

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