Wednesday, September 23, 2009

"Poema para o meu amor doente"

Pela primeira vez, existiu sem hesitação ou duvida. Talvez signifique uma cedência interior, o encontrar de um outro tipo de mestre. O problema passou a residir no quanto não hesita, no quanto quer. E numa réstia triste e velha de uma antiga noção de dignidade.
Não te pode dar o mundo. E o coração é já demasiado triste. Gostava de te dar a rosa mais bonita de todo o mundo, mostrar-te o que é o amor.
Mas tem apenas nada. E o coração é já demasiado triste. É um pouco teu, és um outro tipo de mestre, um estranho. Mas não pode dar-te a rosa que guarda o segredo melodioso, a rosa que representa todas as rosas. Tem apenas o seu amor profundo e sincero, triste e gasto.


“Hoje roubei todas as rosas dos jardins
e cheguei ao pe de ti de mãos vazias”

Eugénio de Andrade, Poema para o meu amor doente.

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