Há entre nós, um paradoxo temporal. Caíste no abismo quando eu nasci. É difícil conceber a morte de um anjo humano.
Porquê? Esta pergunta completamente inútil e ligeiramente romântica mantém-se iluminada no meu pensamento.
O teu jeito angelical e triste dava-te uma beleza mais extraordinária, mais bela ainda. Demasiado efémera.
Odiaste-te e por isso, anjo triste, caíste como tudo cai. Não sabias quem eras , não te reconhecias no espelho. A tua vida eram lagos de água suja que distorciam a tua imagem ; que te enganavam: diminuiam-te. Nenhum te disse que os teus olhos eram azuis profundos. Mentiram-te porque não gostavas de ti. É fácil mentir sobre a cor do céu a um cego.
E eras, a par disso, um solitário. Estavas só. Eras completamente corroído pela tristeza do vazio. Foste completamente aniquilado pela vida , pelos outros, pelo mundo... sobretudo, por ti. Arruinaste-te .
Ha! A tua fragilidade comove-me. Porquê? A pergunta volta a incomodar-me. Incomoda-me sempre. Queria, é verdade, ter-te dado a mão para tu agarrares a minha com força. Para eu não me perder no quarto dos espelhos mentirosos. Mas estavas tão longe, sempre... a tua mão caiu, morta, pálida e nunca chegou a conhecer a minha, ou outra qualquer que reflectisse bem a beleza da tua essência.
O anjo morreu.
Porquê? Esta pergunta completamente inútil e ligeiramente romântica mantém-se iluminada no meu pensamento.
O teu jeito angelical e triste dava-te uma beleza mais extraordinária, mais bela ainda. Demasiado efémera.
Odiaste-te e por isso, anjo triste, caíste como tudo cai. Não sabias quem eras , não te reconhecias no espelho. A tua vida eram lagos de água suja que distorciam a tua imagem ; que te enganavam: diminuiam-te. Nenhum te disse que os teus olhos eram azuis profundos. Mentiram-te porque não gostavas de ti. É fácil mentir sobre a cor do céu a um cego.
E eras, a par disso, um solitário. Estavas só. Eras completamente corroído pela tristeza do vazio. Foste completamente aniquilado pela vida , pelos outros, pelo mundo... sobretudo, por ti. Arruinaste-te .
Ha! A tua fragilidade comove-me. Porquê? A pergunta volta a incomodar-me. Incomoda-me sempre. Queria, é verdade, ter-te dado a mão para tu agarrares a minha com força. Para eu não me perder no quarto dos espelhos mentirosos. Mas estavas tão longe, sempre... a tua mão caiu, morta, pálida e nunca chegou a conhecer a minha, ou outra qualquer que reflectisse bem a beleza da tua essência.
O anjo morreu.