Tuesday, July 31, 2007

Silêncio

Trabalho a música. Cada música, corresponde a um texto, cada nota a uma palavra. A música errada conduz ao bloqueamento das ideias. Tenho de ouvir o som certo, no momento certo.
Ás vezes, o som é o silêncio. Curiosamente, é o mais difícil de ouvir. Quase ninguém está em paz.
WinGs, Jullho

Saturday, July 28, 2007

Pessoa

Eu tenho idéias e razões,
Conheço a cor dos argumentos

E nunca chego aos corações

Fernando Pessoa, 1932

Tuesday, July 10, 2007

Digo-te para reparares no arco-iris de tons mais azuis; o arco-iris que é a vida, que é a tua única existência. Mas não queres saber, só te preocupas com o mito do pote de ouro. Que gasto de tempo inutil!Porque escolheste ser tão pouco? Podias ter o mundo na tua mão. Sim! Podias ser dono de ti mesmo, ser livre. O pote de ouro é a prisão. Optaste por te vender. Dizes-me que és feliz assim. Como, se a ambição brilha de modo febril nos teus olhos e se a simplicidade está ausente nos teus gestos?
Escolheste o pote de ouro. Agora nunca encontrarás o arco-íris azul. E sem arco-íris não há pote de ouro. Inverteste tudo, baralhaste tudo!
Perdeste tudo.
WinGs.
Julho, 2007

Wednesday, July 04, 2007

Desistência

Gostava que , pelo menos uma vez, não me tentassem estrangular os sonhos. Ou a mim.
Mas é inútil. Tentam-no. Vezes e vezes sem conta. E, se dantes, me perguntava “Porquê eu?” agora, a pergunta restante, é a até quando resiste a minha força. O Universo fecha-se claustrofobicamente.
Estou enfraquecida. As coisas, o mundo, começam-me a ser indiferentes.Torna-se tudo igual; tudo irritantemente parecido. Só se mantém diferente o azul que resume e abarca toda a minha vida. Toda a minha existência. O azul é o que me resta.
Enfim, talvez gostasse de ter sido outra pessoa. Talvez quisesse ter tido outra vida. Agora é irrelevante. Sempre foi. O “se” o pensamento dos cobardes. E uma perda de tempo.
Podia esconder-me por detrás do destino e dizer que fui condenada. Mas não, não acredito. A vida é um deserto aberto sem ventos decisivos. Eu escolhi o vento que me parecia mais bonito.
Condenei-me.