Wednesday, October 14, 2009

Persistência da Memória

Ele vê o amor espalhado mas está longe de o ter consigo. Já o teve e recorda-se bem do sentimento de felicidade aberta e suave. Nunca foi tao feliz como naquela era de amor profundo e irracional.
Depois acabou. E ele aceitou a sua sentença, viveu todos os dias o sentimento de dor funda, deixou-se enterrar na melancolia da tristeza do fim. Entregou-se, posteriormente, a paixoes fugazes e curiosas, baseadas em pequenos carismas. Nada é superficial. Só que ele gosta, não ama. São apenas paixões quentes e honestamente sentidas.
E depois existes tu com os teus olhos azuis esverdeados que sobrevives a qualquer paixao, qualquer dia monotono, qualquer tempo demasiado chuvoso e triste. Os teus olhos lembram-lhe o antigo ser que era na altura em que amava.
Sim, talvez te ame, sim. Pelo menos um pouco, pelo menos inconscientemente. Mas lembra-se bem da dor patética de quando já não ha amor ou de quando não é suficiente. Continua por isso, em entregas psicologicamernte intelectuais e fugazes para poder resistir ao mar nos teus olhos.
Se o queres bem desculpa-o. Ele magou-se, magoou e deixou-se magoar, precisa de se entregar em pequenas luxurias e grandes paixoes. Porque tudo o que ofereces é um novo conceito de dor.
Se o queres bem, comprende. Ele volta sempre para se limpar no mar dos teus olhos.

2 comments:

Alice in Wonderland said...

"Porque tudo o que ofereces é um novo conceito de dor."

O mal de manter o passado e o presente ligados. Eles devem estar paralelos, desconectados.
Senão, cada visão, cada segundo, é simplemsente isso, uma forma nova de ver a mesma dor.

PS: Adorei esta frase! =)

WinGs said...

O problema é que às vezes o passado define-te. Às vezes o passado é a tua escolha, que mudou o seguimento da vida. (Abriste a caixa e o gato estava morto, talvez se tivesses aberto mais cedo...) . E nao existe desculpa ou hesitaçao. Às vezes o teu passado és tu.

E nessa ocasiao, nao ha forma de separar o passado e presente. É apenas um novo conceito de dor.( apesar do "se" ser irrelevantemente omportante quando abres a caixa e o gato está morto)