Friday, August 07, 2009

Ausência

Deixei-te naquela praia. Desculpa-me se te deixei só, nunca foi desejo meu. Mas era a minha praia, marcada com o meu sangue fresco. Por vezes é difícil consciencializarmo-nos do coração.
Deixei-te naquela praia. A única que era minha, a única cujo mapa era a palma da minha mão. Para poder procurar o raciocínio claro, a verdadeira essência da mente. Parti para procurar a filosofia que existe na Orion.
Mas não te abandonei. Nunca. Deixei-te lá para melhorar. O mundo em si. Eu e Tu. Mas por pouco tempo, voltava depressa, tencionava ser breve.
Demorei tempo. Demasiado. Perdi-me na exuberância do amor à arte, na profundidade do acaso inexistente em qualquer parte do Universo. E quando voltei, já não estavas, sentado calmamente onde te deixei. Talvez te tenhas sentido abandonado e descartado.
Hoje reconheço que tinhas uma suave razão. Ou ter-te-ia levado comigo. Ou voltado mais depressa porque eras importante, mais importante. Mas por isso é que te deixei naquela praia. A única que era minha.

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