Wednesday, June 11, 2008

O dia em que descobriu os Metallica

Os olhos ganharam uma cor diferente por causa do brilho. Exploraram o mundo que sempre conheceram mas nunca viram. O coração não se fez sentir porque a beleza foi descoberta pelo raciocínio e não pela pele.
O sorriso foi impossível de ser inibido porque estava debaixo dos nervos. Mas não é um sorriso como os outros, é o sorriso verdadeiro, o meio sorriso dor reconhecimento. O sorriso que advêm da infelicidade, porque só os infelizes procuram algo (e naquele dia foi encontrado)
O dia estava quente e lembrava manhas eternas e áureas passadas na praia. Talvez fosse à praia no dia seguinte. E só era capaz de ir porque via mais claramente a sua sombra. Sentia-se bem porque, pela primeira vez em muitos anos, o mundo fazia-lhe sentido. O desconcerto do mundo, afinal, não o enquadrava e ele fazia questão de nunca se enquadrar no mundo.

4 comments:

Alice in Wonderland said...

Metallica tem esse poder: fazer-nos sentir que o mundo do outro lado do espelho é mais real do que este. E é que do outro lado quem se enquadra já está automaticamente desenquadrado.

Anonymous said...

Exactamente isso.
Metallica devolve-nos o mundo que nos roubaram porque escolhemos o espelho com uma textura estranha e porque o espelho com textura estranha nos escolheu.

Alice in Wonderland said...

Eu diria que metallica te demostra que o espelho também te escolheu. Que não estás só nessa escolha. Porque essa escolha não pode ser unilateral. só que antes de ouvires a música não sabias...

Anonymous said...

Sim, metallica cumpre na perfeiçao aquilo que a musica nos faz ja ha algum tempo, diz-nos que o outro mundo existe e, mais do que isso, diz que esse outro mundo nos escoheu. E diz-nos que nao estamos sós. Sim, acompanha-nos na solidao coisa que grande parte do mundo condena.