Há sempre o sol que não se apaga da vista. O som que se ouve com os ouvidos tapados. A voz de dentro da consciência - que nada é senão um outro coração - que nunca dorme. E existe, como que uma criança adormecida, em cada alma, uma pátria, ainda que queimada.
Uma mentira é uma verdade que nunca se concretizou e por isso é pouco. Não é económico o suor da mentira: ouço Fernando Pessoa e há algo em mim que desperta. É um qualquer orgulho, um qualquer conceito de dignidade que existe no mundo e não em mim. A Mensagem desperta, mesmo em negação, o velho e corcunda orgulho português. A melhor maneira de não ceder a uma paixão é perceber o seu inicio e o seu começo. Descodifiquemos então: a exaltação da conquista não pela força física, mas pela astúcia, pela vontade de sonhar e ambicionar o sonho. Ou então a explicação para apatia que vejo espalhada nas paredes e nas pessoas: estão a morrer para renascer. No fundo, abandonamos uma ideia quando ela não se espalha pelo mundo, e de facto, Lisboa já foi deposta do seu reinado marítimo há caveiras de séculos.
Mas herdei, ou nunca consegui apagar, o sorriso colectivo da Batalha de Aljubarrota e daquela técnica do quadrado que é a mais bela estratégia militar . Ou então, o primeiro país a abolir a escravatura. Ou a resistência aos invasores porque D.Sebastião voltaria um dia; ou a revolução feita, tantos anos mais tarde, sem sangue. O mito sebastianista salvou Portugal duas vezes. Falta a terceira...
Porém, o nós é antagónico. Não é este Portugal o lar idealizado. Não foi por este que Miguel de Vasconcelos foi odiado e morto sem compaixão. Falta-lhe a crença em sim mesmo, a visão de si próprio como um Messias ( nós somos a nossa única salvação, sempre).Está derrotado, acabado, finalizou o seu tempo no mundo. Esqueceu-se do ciclo e do triangulo, esqueceu-se da Fénix. E esqueceu que foi abençoado por Ulisses.
E esqueceu-se de mim, e do meu patriotismo baseado nos seus feitos históricos que são magníficos porque não carregam consigo rios imensos de sangue. Esqueceu-se de si próprio, de tanto ter sido violentado. E se Portugal se abandona a si próprio, onde está o profeta Pessoa e o Messias ?
O meu patriotismo está morto. Acredito num Messias que está impedido de nascer.
Uma mentira é uma verdade que nunca se concretizou e por isso é pouco. Não é económico o suor da mentira: ouço Fernando Pessoa e há algo em mim que desperta. É um qualquer orgulho, um qualquer conceito de dignidade que existe no mundo e não em mim. A Mensagem desperta, mesmo em negação, o velho e corcunda orgulho português. A melhor maneira de não ceder a uma paixão é perceber o seu inicio e o seu começo. Descodifiquemos então: a exaltação da conquista não pela força física, mas pela astúcia, pela vontade de sonhar e ambicionar o sonho. Ou então a explicação para apatia que vejo espalhada nas paredes e nas pessoas: estão a morrer para renascer. No fundo, abandonamos uma ideia quando ela não se espalha pelo mundo, e de facto, Lisboa já foi deposta do seu reinado marítimo há caveiras de séculos.
Mas herdei, ou nunca consegui apagar, o sorriso colectivo da Batalha de Aljubarrota e daquela técnica do quadrado que é a mais bela estratégia militar . Ou então, o primeiro país a abolir a escravatura. Ou a resistência aos invasores porque D.Sebastião voltaria um dia; ou a revolução feita, tantos anos mais tarde, sem sangue. O mito sebastianista salvou Portugal duas vezes. Falta a terceira...
Porém, o nós é antagónico. Não é este Portugal o lar idealizado. Não foi por este que Miguel de Vasconcelos foi odiado e morto sem compaixão. Falta-lhe a crença em sim mesmo, a visão de si próprio como um Messias ( nós somos a nossa única salvação, sempre).Está derrotado, acabado, finalizou o seu tempo no mundo. Esqueceu-se do ciclo e do triangulo, esqueceu-se da Fénix. E esqueceu que foi abençoado por Ulisses.
E esqueceu-se de mim, e do meu patriotismo baseado nos seus feitos históricos que são magníficos porque não carregam consigo rios imensos de sangue. Esqueceu-se de si próprio, de tanto ter sido violentado. E se Portugal se abandona a si próprio, onde está o profeta Pessoa e o Messias ?
O meu patriotismo está morto. Acredito num Messias que está impedido de nascer.
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