Nada anseio e nada desejo,
Sou uno com este mundo.
Sou livre e sei-o.
Não sou o profeta do Messias por vir,
Nem um soldado da pequena revolta do amanhã;
Não sou o último filho pródigo
Que sustém a felicidade da vida
Que rasgas inocentemente na ignorância
Autoritária de quem defende
Uma premissa máxima vazia:
Hoje sou apenas eu,
Aqui sentado no meio de uma cidade
Que me é estrangeira,
Que é distante e que é disforme,
Mas que me abriga.
Nada anseio e nada desejo.
Se lutas,
É porque uma ideia se perpetua no teu espírito,
Cícilica e mutável como as estações do ano,
Coincidente com a epiderme do teu ser.
Se sou profeta do Messias por vir,
É porque sempre soube ser feliz
Num dia de Sol aberto:
Tem de haver um dia de futuro.