Wednesday, May 13, 2009

Diferença

A única verdade que efectivamente te pode reger é que te defines pelas escolhas; as acidentais explicitam o teu mais profundo coração e as intencionais reflectem o teu conceito de eu enquanto existência abrupta.
E é essa a tua diferença, pelo menos é a que te deixou mais cicatrizes , consequencia das lágrimas (demasiado) duras que escorreram pelo teu rosto. O que tu escolhes é continuamente não suposto e inesperado. Estás constantemente a reescrever a realidade, demonstrando com simplicidade e modéstia, que ela não existe. Constróis o teu próprio conceito de probabilidade e de trilho, és livre, inteiramente livre, na tua mente. Demasiado livre, talvez...
Não tens outra hipótese, nasceste para quebrar as correntes que tão amorosamente te chantageiam: se resignares, elas deixam de esticar o musculo, comprimir o tendão; se te deixares moldar por elas , termina a corrosão dos ossos, o esvaziamento das veias.
Mas tu não cedes , não te contentas com tão pouco. Porque as correntes , verdadeiramente, não existem. Como tu, simplesmente, existes noutro Mundo Paralelo , és-lhes quase imune.

1 comment:

Alice in Wonderland said...

Isto lembra-me a conversa recente que tivemos sobre o que define e diferencia uma pessoa.

É a escolha que mostra quem somos. Não propriamente o número e abundância de oportunidades. Mas a forma como escolhemos, quando elas nos surgem.

Há quem escolha (vez após vez ) a liberdade, e mostra tal como dizes de uma forma modesta que a realidade não existe.
A realidade somos nós, cada um de nós. E a realidade é por isso consequência de cada escolha.
De cada diferença.

( O gato está vivo ou está morto. A realidade é uma sequência contínua de caixas onde escolhemos descobrir o gato ou deixá-lo dormir )