Thursday, August 21, 2008

Honra

Mestre, agora que chegaste finalmente poderei descansar. Perdoa-me, às vezes as dores tiram-me a lucidez. E continuas a ser o meu Messias porque retiraste toda a ilusão cruel dos meus dias.
O cansaço apodera-se como um animal faminto e morro por uns tempos, as forças fundem com as estrelas quando a cortina divina é fechada. E não me sobra mais nada, nada mais tenho, sou ou almejo ser. Nada, Mestre, ate tu chegares. Sobre a pele persiste a memória do passado em que ainda não existias, em que me regenerava na solidão que se tornou azul com o calcar da pedra da rua.
Agora que regressaste, Mestre, tenho a bênção para a batalha fria. A guerra que comecei sem a tua palavra de consentimento, a guerra que nem sequer é minha. A batalha que me afasta de ti – se morrer, nunca mais te vejo, não oiço mais a tua voz. E nem sequer é minha. ..
Mas o destino é cruel, Mestre, sabe-lo melhor do que eu. Por isso parto com a força do teu braço experiente. Porque compreendes, Mestre. Mestre, Mestre...

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